Termômetro de Insolvência
Por Alexandre Alcantara da Silva
(continuação 2)
Em outro trecho,
comentando o resultado de sua pesquisa, SÁ (1977, p.25) expõe:
Quando observamos, por exemplo, as proporções que devem
ser guardadas entre o volume dos créditos cedidos aos clientes e o dos
recebidos de fornecedores, não nos é possível ficar alheios aos pontos de
conexão no tempo, relativamente aos investimentos e financiamentos em
créditos. A importância da análise das situações na dinâmica é que nos
conduziu à elaboração da teoria da proporção definida dos valores, que chamamos
de ponto de equilíbrio do capital (ver nosso livro "O Equilíbrio do Capital
das Empresas").
Observamos, pela análise de milhares de balanços, que existem
proporções certas nas combinações dos valores de acordo com o giro ou a
velocidade dos mesmos no tempo e com o processo da formação do rédito.
Enunciamos a primeira das leis a respeito:
"Os valores que se combinam
para a formação da estrutura do capital de funcionamento
das empresas guardam entre si relações constantes".
Imagine como deve ter
sido trabalhoso fazer este levantamento no final da década de 1950 por SÁ e por
Kanitz na década de 70.
Ao abordarmos a questão
do uso de indicadores setoriais obtidos através de publicações especializadas
fizemos um breve comentário sobre a primeira edição da revista EXAME Melhores e
Maiores (SILVA, 2010. p. 89 – nota de rodapé), para demonstrar como era
complexo trabalhar como tão grande volume de dados antes do advento da
microinformática.
A primeira edição da Revista Melhores & Maiores –
uma raridade que encontrei na Biblioteca do Senado – saiu em setembro de 1974,
sob a direção do Prof. Stephen Kanitz, e foi chamada “Os melhores e os
maiores”. A capa destacava que seriam apresentadas as 500 maiores empresas
privadas por vendas e as 50 maiores empresas estatais e como se comportou cada
setor. No texto de apresentação – “como foi feito” – encontramos uma pérola do
“recurso tecnológico” utilizado na elaboração do ranking. Veja uma
parte do texto:
“Durante oito meses – a partir de 16 de dezembro de 1973 – foram
examinados mais de 10 mil balanços de empresas. Chegou-se, com isso, a uma
seleção de 1.600 balanços, que foram então analisados em profundidade. Os dados
recolhidos em cada balanço foram passados para cartões de computador, de modo a
permitir o processamento eletrônico – único meio de tornar viável um
empreendimento de tal porte, em que foram efetuados cerca de 18 milhões de
cálculos e consumidas 212 horas de computador.”
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