(...) O bom e velho efeito manada, com os investidores vendendo ações a qualquer preço. Mas para ganhar dinheiro na bolsa não é interessante comprar papéis justamente num momento de baixa? Ao se desfazer dos ativos, o investidor pode até estar cometendo um erro, mas errar em companhia da maioria é menos estressante, diz Aquiles Mosca, estrategista de investimentos pessoais da Santander Asset Management e especialista em finanças comportamentais. Já conviver com as consequências de um erro em virtude de um posicionamento oposto ao do grupo é um constrangimento que a maioria evita.
Segundo Mosca, existem quatro elementos principais que definem um movimento de manada. O primeiro é exatamente a necessidade que as pessoas têm de agir como a maioria; outro é a percepção de que as pessoas que estão a sua volta possuem uma boa razão para fazer o que estão fazendo, no caso, vendendo as ações. O terceiro elemento é a vontade de não ser o último a entrar ou sair do mercado e, por fim, a necessidade de fazer parte do grupo, independentemente deste estar certo ou errado.
A prova de que o investidor está se deixando levar muito mais pela emoção do que pela razão é que ele vendeu suas ações, ignorando qualquer notícia positiva que saísse. "O mundo não foi apenas desgraça nos últimos dias, saíram dados positivos da economia americana, o Banco Central Europeu voltou a injetar liquidez nos países e o investidor não colocou nada disso na balança na hora de decidir o que fazer com os papéis", diz Mosca. (...)
O velho efeito manada amplifica as perdas - Daniele Camba - Valor Econômico - 08/08/2011
É interessante notar que o efeito manada não tem sido considerado relevante pelos teóricos de finanças comportamentais. Wilkinson, em An Introduction to Behavioral Economics, não aborda este conceito.
31 agosto 2011
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