A Fitch Ratings elevou os ratings nacionais de longo e curto prazo do Banco Panamericano, de “A-(bra)” para “AA-(bra)” (com perspectiva estável), e de “F2(bra)” para “F1+(bra)”, respectivamente.[1] A elevação, de acordo com a agência, se baseia no suporte do Banco BTG Pactual, bem como nos benefícios de ter a Caixa Econômica Federal como acionista e principal financiador, após aprovação final da atual composição acionária do BP por parte das autoridades brasileiras.[2]
A Fitch acredita que o Banco Panamericano procuraria o suporte do BTG em caso de necessidade. No entanto, apesar de reconhecer o forte suporte de liquidez da Caixa e do fato de o BP representar uma nova e importante linha de negócios para o BTG, a Fitch considera “moderada” a probabilidade deste suporte.[1]
Após dois aportes totalizando R$ 3,8 bilhões, a ativação de créditos tributários de R$ 700 milhões e a cessão de R$ 3,5 bilhões de crédito sem coobrigação para o FGC, o BP conseguiu recompor seu patrimônio para R$ 1,4 bilhão, em março de 2011.
Entretanto, a Fitch ressalta que a qualidade do capital é prejudicada pelo substancial volume de ativos intangíveis e dívida subordinada, apresentando índice de capital elegível Fitch de baixo 1,6% em março de 2011. Apesar disso, a agência acredita na melhora do desempenho e da capitalização do banco ao longo dos anos, embora fortemente dependente de cessões de crédito.
Com o apoio de duas auditorias internacionais e do Banco Central do Brasil, o banco concluiu uma extensa revisão de seus livros, que não indentificou novas irregularidades. A Fitch também ressalta que apenas as demonstrações financeiras de dezembro de 2010 e março de 2011 são confiáveis para análise do BP, dado que os balanços anteriores apresentavam inconsistências contábeis, principalmente envolvendo cessões de crédito, superestimando a carteira de crédito e suas receitas.[3]
Fonte: Monitor Mercantil, Digital
Comentários de Pedro Correia:
[1]A Moody's continua com uma nota D para o rating do banco.
[2]Só faltou citar o "suporte" do FGC.
[3]A situação é tão grave que mesmo com o “tremendo esforço” as demonstrações financeiras de 2010 do BP estão fora dos princípios e normas contábeis. Além disso, a participação da Caixa numa entidade como esta é lamentável. O índice de Basiléia do Panamericano é de -5,74%, assim para retornar aos 11% exigidos, a CEF irá aportar 10 bilhões de reais.
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