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07 julho 2011
Erros num currículo
O texto a seguir foi retirado da Folha de São Paulo. São os dez piores erros numa entrevista:
1. Mentir. Os recrutadores são unânimes em apontar a mentira ou a omissão de informações importantes como o erro mais grave tanto em currículos como em entrevistas. O idioma e as responsabilidades são os tópicos em que os candidatos mais mentem. "Às vezes ficamos na dúvida se a pessoa não tem autocrítica ou se ela acha que tem mais chance", comenta Eliane Figueiredo.
2. Erros de ortografia e gramática. "Um currículo com esse tipo de erro é matador!", ressalta Teixeira. Ele recomenda que os candidatos façam revisão cuidadosa e peçam para outra pessoa também ler, para garantir que o documento esteja impecável no que diz respeito à língua portuguesa.
3. Mandar o currículo para uma vaga que não tem o perfil do candidato. Ou seja, um profissional com o perfil de analista se candidatar a uma vaga de diretor, por exemplo. "É uma tentativa do tipo 'vai que eles não encontram ninguém como estão procurando'", comenta Figueiredo. No caso de não acharem o candidato ideal, diz Figueiredo, as empresas flexibilizam um pouco, mas não tanto.
4. Currículo com foto. A menos que a vaga seja para modelo ou uma ocupação parecida, fotos estão fora de questão. A consultora da Projeto RH diz que não excluiria uma pessoa com menos experiência que mandasse uma foto. "Pode ser falta de experiência ou de informação", diz. Mas acharia estranho um diretor tendo a mesma atitude. Mesmo em casos em que a empresa pede uma fotografia do candidato, é preciso tomar cuidado. "Já me mandaram foto em uma festa de aniversário com uma flecha apontando para o candidato", conta.
5. Ir para a entrevista mal-informado sobre a empresa. Há processos em que não se revela o nome da empresa que vai contratar o candidato, como os conduzidos pela Search. Mesmo assim, o candidato é informado sobre o porte e o segmento da empresa em questão, o que permite fazer uma pesquisa prévia a respeito do tema, pontua Oliveira. "Atendi um candidato que trocou o nome da recrutadora, que era uma empresa muito conhecida. Ou seja, ele não estava minimamente interessado", assinala Figueiredo.
6. Usar chavões. Descrever-se como alguém com "comprovadas habilidades de liderança" é vago. É preciso demonstrar, com dados, as qualidades. "É preferível que ele diga que ampliou as vendas em 'tantos' porcento", afirma Teixeira. O consultor também alerta sobre perguntas do tipo "o que você acha que precisa melhorar". "Falar que ele é perfeccionista' não adianta."
O candidato pode falar a verdade, mas de maneira suave, indica Lucia Costa, sócia-diretora da Mariaca. "Ele pode falar que não tinha muita empatia com o chefe, no caso de um relacionamento ruim entre os dois", exemplifica.
7. Tentar ser quem não é. Os recrutadores entrevistados dizem desconfiar de quem concorda com tudo o que eles falam. "Fica uma impressão de que a pessoa não está sendo ela mesma", assinala Figueiredo. Discordar sistematicamente também não é recomendado. O ideal é ser natural, com cuidado com palavrões e gírias.
8. Tratar o recrutador como amigo. O recrutamento é um processo em que candidato e entrevistador devem tratar estritamente de assuntos profissionais. "Tem gente que chega e quer estabelecer um contato de amizade", conta Oliveira. Teixeira também condena esse tipo de postura. Segundo ele, não se deve nem "mandar beijo" para a outra pessoa.
9. Fazer currículo muito extenso. Há empresas utilizam seus próprios bancos de dados que os candidatos precisam preencher. Mas ainda existem processos que pedem o currículo por e-mail. Nesse caso, o ideal é que seja em um documento de texto em formato.doc (há empresas que têm filtros que bloqueiam outros formatos) com duas páginas, no máximo. "Uma vez, recebi um currículo de 14 páginas", afirma o sócio da DRH Talent Search. Ele ressalta que o objetivo do documento não é esgotar o assunto, mas colocar o candidato na frente do entrevistador. Por isso, é necessário que o documento priorize informações e traga informações sobre realizações. "Ainda que os resultados não sejam financeiros, o profissional pode destacar projetos importantes", exemplifica Costa, da Mariaca.
10. Ir para a entrevista vestido de maneira inadequada. Não significa que o candidato precisa usar terno e gravata ou tailleur, no caso das mulheres. Uma entrevista em uma agência de publicidade demanda informalidade enquanto um encontro num escritório de advocacia requer trajes formais.
É interessante que tenho participado de entrevistas de seleção para mestrado e doutorado. Os itens acima também são verdadeiros. Talvez acrescentasse um: "arrogância". Na academia, onde o foco é o crescimento intelectual do candidato, tentar aparentar que sabe tudo é um pecado grave, que já eliminou muito candidato "favorito".
No ano passado, na entrevista para o doutorado, um dos candidatos apresentou muita arrogância. Ele já tinha feito o mestrado no nosso programa, conhecia os professores e tinha feito duas matérias do doutorado. Achou que já estava aprovado e foi reprovado pela comissão examinadora (de cinco membros) de forma unânime.
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