O acordo fechado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) afeta 13,1% da receita operacional líquida da Brasil Foods (BRF). O cálculo consta de fato relevante divulgado pela empresa há instantes e tem como base os números consolidados de 2010.
No documento, a Brasil Foods diz que sua receita total no ano passado somou R$ 22,681 bilhões. O impacto total do acordo com o Cade, que envolve venda de ativos e suspensão de marcas, é de R$ 2,967 bilhões. Em volume, representa 11,6% do total, ou 702 mil toneladas, de 6 milhões. O maior efeito é no setor de produtos elaborados e processados, com 582 mil toneladas. O volume sujeito às restrições representaria em 2010 cerca de um terço das vendas sob a marca Perdigão.
Nessa simulação não foi levado em consideração eventual incremento das vendas com as marcas que continuarão sendo utilizadas pela BRF, em substituição aos produtos, sob as marcas Perdigão e Batavo, que terão suas vendas temporariamente suspensas. A marca Perdigão, bem como todos os direitos a ela associados, permanece como propriedade da BRF e utilizada normalmente em várias categorias de alimentos processados como empanados, hambúrgueres, mortadela, lingüiças frescais, pratos prontos congelados (exceto lasanha), bacon, comemorativos de aves, além de toda linha de produtos in natura, entre outras, diz a empresa na nota.
Em relação aos ativos que serão vendidos, a BRF diz que se compromete a manter a qualidade dos seus produtos e o fornecimento aos pontos de venda até que seja feita a transição para os novos proprietários. “No que diz respeito aos funcionários e produtores integrados que atendem às unidades que deverão ser vendidas por exigência do Cade, a BRF adotará todas as medidas possíveis para minimizar os impactos decorrentes da mudança de controle destes ativos", afirma.
O acordo estabelece a obrigatoriedade de que o comprador dos ativos a serem alienados mantenha o nível atual de empregos pelo prazo mínimo de seis meses. A partir de agora a companhia diz que trabalhará para concluir o plano de integração das duas empresas, criando assim as condições necessárias para fazer da BRF uma líder global no setor de alimentos.
Segundo Wilson Mello, vice-presidente de assuntos corporativos da Brasil Foods, uma decisão final dentro do Cade encerra o processo de fusão, o que reduz as incertezas para investidores. “Agora é olhar para o nosso plano estratégico.”
Ele explica que a escolha dos ativos e marcas a serem vendidas não foram influenciadas por opiniões particulares de ex-sócios de Sadia ou Perdigão. “A Brasil Foods é uma empresa aberta, de controle difuso e operada por profissionais”, declarou ele ao iG em resposta a uma pergunta sobre a influencia de cada sócio nas marcas a serem encerradas
Fonte: aqui
14 julho 2011
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