A Petrobras está iniciando o seu mais arrojado ciclo de inovação para dar conta das demandas do pré-sal. Empresa com maior escala no país para o desenvolvimento da inovação, a companhia reservou, apenas para 2011, US$ 1,2 bilhão de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, o equivalente a 0,8% do faturamento, um dos índices mais altos do setor. Deste total US$ 300 milhões são destinados a cerca de 100 ICTs (Institutos de Ciência e Tecnologia que inclui universidades, institutos de pesquisa e centros tecnológicos) que participam das 50 redes temáticas criadas pela empresa para o desenvolvimento de pesquisas nas áreas de interesse da companhia. O investimento nas ICTs foi intensificado a partir de 2005, quando a ANP determinou que as empresas que produzem óleo e gás no país invistam 1% do faturamento dos campos de maior produção em P&D.
"O nosso esforço hoje é fazer com que estes dois mundos se falem. Queremos que as universidades se relacionem direto com os fornecedores. Há uma máxima em P&D que diz que você investe dinheiro para gerar conhecimento. Isso é pesquisa. Depois tem que investir em conhecimento para gerar dinheiro. Tem que haver empresa no final fornecendo bens ou serviços inovadores. Isso vai permitir um novo patamar e estamos buscando uma nova geração de tecnologia", defende Fraga.
Segundo ele, a avaliação de risco do pré-sal é impactada positivamente pela curva de aprendizado da estratégia de inovação da empresa. Ela começou nos anos 1960, com o desenvolvimento da tecnologia de refino para reduzir a dependência do país na importação de derivados. Ganhou impulso em meados dos anos 1970, com a descoberta das reservas da Bacia de campos, que foi outro momento de impacto, com o início da exploração em águas profundas. E agora entra em uma fase sem precedentes para a companhia e o país. Tendo o pré-sal como carro chefe, a Petrobras busca tecnologia para expandir os limites do negócio com novas fronteiras exploratórias, recuperação avançada, análise de reservatórios complexos, sistemas submarinos de produção, logística de gás entre outras áreas.
Entre as inovações em curso, a empresa estuda ter no fundo do mar equipamentos que permitam o descarte do cascalho que é extraído das rochas perfuradas. Isso reduziria os custos e eliminaria o raiser, tubulação que leva o cascalho até a superfície, o que exige mais espaços nas plataformas, que segundo Fraga é o metro quadrado mais caro do mundo. Na área de nanotecnologia a empresa está querendo desenvolver nanopartículas, que injetadas nas tubulações possam atuar como micro sensores, ou que possam ser usadas para alterar as propriedades químicas das rochas.
Fonte: Valor Econômico - Carmen Nery
Nenhum comentário:
Postar um comentário