No filme Freakonomics, um dos autores lembra que sua filha pequena não estava conseguindo fazer as necessidades no vaso. Como economista, decidiu criar um sistema de incentivos para a situação: toda vez que sua filha usasse o vaso ganharia um M&M. Três dias depois, a menina não somente estava usando regularmente o vaso, como aprendeu a fazer aos poucos. Em meros três dias, uma criança de três anos já sabia como burlar o sistema de incentivos criado.
Notícia recente mostrava que:
Beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida pedem demissão do trabalho para se enquadrar no limite de renda para adquirir um imóvel financiado pela Caixa Econômica Federal. Famílias que receberam ontem as chaves de seus apartamentos, em Blumenau (SC), disseram ao Estado que largaram o emprego para ter renda familiar de até R$ 1.395, teto estipulado pelo governo para obter o financiamento.
Um dos casos era o seguinte:
"Eu tive que sair do meu serviço para ter acesso a isso. Na assinatura do contrato, tive que sair do emprego", afirmou Maria Janete da Silva, de 52 anos, que trabalhava havia 14 anos na Souza Cruz e assinou contrato com a Caixa no mês passado. Instalada numa moradia provisória, ela recebeu ontem as chaves do apartamento de 41,36 m², durante a cerimônia que contou com a participação de Dilma.
Janete contou que ganhava cerca de R$ 700 por mês atuando no controle de qualidade da empresa. Somando esse valor ao salário do marido, auxiliar de caminhoneiro, a renda superava o teto da Caixa. Ela optou pelo desligamento do emprego, pouco antes de apresentar a documentação ao banco.
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Programas de incentivos são muito bons, porém, quando existe uma boa administração. Isso não é o que acontece no Brasil, pois, o que mais falta em nosso país é administração. Pensando no programa Minha casa, Minha vida, a partir do momento que o governo faz uma indexação do benefício com um determinado nível de salário e não analisa outros fatores que podem influenciar a decisão de beneficiar algum cidadão ou não, a população age de forma a tentar burlar o sistema - óbvio.
ResponderExcluirAcredito que, tais políticas públicas são sim, muito boas mas se continuarmos pensando apenas no imediatismo e não a longo prazo, a situação continuará a mesma - pessoas saindo de seus trabalhos para serem "sustentadas" por meio de bolsas, vales e afins, através de um sistema totalmente corrupto que não investe em educação, saúde, segurança e lazer da população.
Porém, pensando dessa forma, até que o governo tem razão. Por que eles iriam querer que população estudasse??!?! É melhor assim, se não há educação, não existem questionamentos.
Caro Tibúrcio,
ResponderExcluirO programa Bolsa Família também tem efeito parecido com o do Minha Casa, Minha Vida, exposto em seu post.
Já vi casos onde o empregado pediu para que sua carteira de trabalho não fosse assinada a fim de não ultrapassar o limite de benefício do programa. Se o emprego fosse formalizado, ele não receberia mais o benefício do programa. Assim, preferiu continuar na informalidade, mas auferindo as duas rendas.
Apesar deste comentário, apoio o programa de incentivo federal, o acesso ao crédito foi um dos fatores determinantes desta fase econômica pela qual o país está passando. Entretando, existem estas falhas...
Abraço,
Eduardo Varela
blogabilidade.blogspot.com
@eduardo_varela