Em The Little Book of Valuation (Wiley, 2011), o mais
conhecido autor de avaliação de empresas, Aswath Damodaran, propõe apresentar
os conceitos básicos do tema.
Damodaran divide os métodos de avaliação em dois tipos:
abordagem intrínseca e relativa. No primeiro caso, o valor é determinado pelo
fluxo de caixa que será gerado e como incerto é este valor. Na abordagem
relativa, os ativos são avaliados olhando como o mercado precifica ativos
similares.
Logo no início Damodaran apresenta algumas verdades sobre
avaliação: todas avaliações são enviesadas, muitas avaliações estão erradas e o
mais simples pode ser melhor.
No capítulo seguinte ele lista as três razões para que o fluxo
de caixa hoje seja maior que o fluxo futuro:
= >Pessoas preferem consumir hoje a
consumir no futuro
= >A inflação reduz o poder de compra do
caixa no tempo
= >O fluxo de caixa futuro pode não ser
entregue. Ou seja, existe risco.
O capítulo três é sobre a avaliação intrínseca. Ao final, o
autor explica as razões pelas quais o resultado do fluxo de caixa descontado
ser diferente do valor de mercado: suposições sobre o futuro do caixa, erros
nas estimativas do prêmio pelo risco e o preço do mercado está errado.
O capítulo seguinte é sobre a avaliação relativa. Os passos
para este método são: encontrar ativos comparáveis que possuam preços no
mercado, achar uma variável comum (por exemplo, receita) e ajustar os valores
de ativos. Este tipo de avaliação demanda menos informação e é mais rápido que
a avaliação intrínseca. Neste capítulo, Damodaran explica a diferença dos dois
métodos:
“As diferenças do
valor entre o fluxo de caixa descontado e a avaliação relativa vêem da
diferença sobre a eficiência ou ineficiência do mercado. No fluxo de caixa
descontado, nós assumimos que os mercados cometem erros, e que eles corrigem
esses erros no tempo, e que os erros podem ocorrer em setores inteiros ou no
mercado inteiro. Na avaliação relativa, nós assumimos que embora os mercados
cometam erros para ações individuais, ele está correto na média. Em outras
palavras, quando nós avaliamos uma nova empresa de software em relação a outras
empresas pequenas, nós assumimos que o mercado precificou as empresas
corretamente, na média, mesmo que tenha cometido erros no preço de cada uma
delas individualmente.”
Os capítulos seguintes apresentam aspectos específicos da
avaliação de empresas: empresas jovens (capítulo 5), em fase de crescimento
(capítulo 6), maduras (capítulo sete), de declínio (capítulo 8), financeiras
(nove), cíclicas e de commodities (dez) e com ativos intangíveis (onze). Para cada
uma delas, Damodaran discute os dois tipos de avaliação e apresenta os aspectos
mais para se considerado no processo de análise.
Ao final, o autor apresenta algumas generalizações e
comparações entre os diferentes tipos de empresas.
Se a obra não pode ser classificada de “para iniciantes”, já
que exige certo conhecimento de matemática financeira, podemos dizer que o
texto é razoavelmente claro e fácil para aqueles que já conhecem um pouco do
assunto.
É bem verdade que Damodaran faz algumas generalizações que
podem ser perigosas, não sendo um autor “rigoroso” sobre a teoria de avaliação
de empresas.
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