Postado por Pedro Correia
As Big Four auditam 99 das 100 empresas, que compõe o índice FTSE 100 e 240 das 250 companhias, que compõe o FTSE250. É interessante observar que, em média, a PWC,KPMG,Deloitte e Ernst & Young, auditam as empresas inglesas, por no mínimo 48 anos. As autoridades britânicas estão cada vez mais atentas a este oligopólio. Como foi noticiado neste blog:"A Comissão da Câmara dos Lordes recomendou uma investigação nas Big Four da auditoria - Deloitte, KPMG, PricewaterhouseCoopers e Ernst & Young - por parte do Office of Fair Trading".
As empresas de auditoria afirmam que apoiam as investigações e discussões do OFT sobre a concentração neste mercado.De acordo com as "Big Four", isto poderá melhorar a qualidade da auditoria, a possiblidade de escolhas, o aumento da competição e por consequência a valorização destas empresas.Não obstante, o OFT afirmou que se não existirem soluções viáveis, eles não irão remeter o caso à Comissão de Competição.
O crescimento dos serviços de auditoria não é tão expressivo se comparado aos outros ramos de negócio destas empresas, como: consultoria tributária. No entanto, estas empresas mantêm este oligopólio devido a diversos fatores. Por exemplo, alguns bancos britânicos não emprestam recursos para clientes que não sejam auditados pelas Big Four.Além disso, diversas companhias multinacionais optam por ter a mesma auditoria independente para todas as subsidiárias espalhadas ao redor do globo.Isto dificulta bastante a atuação de outras empresas de auditoria, que muitas vezes não têm condições de realizar um trabalho global.
As investigações do OFT, provavelmente, não irão resultar em alguma mudança significativa no combate à concentração das auditorias.Todavia, as investigações da União Europeia parecem ser mais promissoras. Michel Barnier, o comissário europeu para serviços financeiros,vai fazer uma série de sugestões para uma possível reforma neste ano.Em 2006, foram feitas uma série de propostas de mudanças. Uma bem interessante é escolha da empresa de auditoria para as companhias listadas em bolsa, pelas entidades que as supervisionam.Outra proposta é a de rodízio obrigatório de auditoria.
Não obstante, segundo reportagem da The Economist:"As empresas insistem que a remoção de empresas de auditoria com experiência seria ineficiente e caro para seus clientes. Porém, os reguladores irão ponderar este possível custo com o "abandono de dever" sistêmico dos auditores. O desaparecimento de uma das Big Four, lembrando o caso da Arthur Andersen no escândalo da Enron, seria mais caro ainda. "
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