Ao longo de várias postagens neste blog mostramos a preocupação com a questão do financiamento das atividades do Iasb. O órgão internacional de contabilidade depende substancialmente das doações; em particular, do dinheiro das grandes empresas de auditoria. Isto levanta a questão sobre a real independência de uma entidade que deveria ser neutra.
Aparentemente esta questão também preocupa o próprio Iasb. Num texto recente postado no seu sítio, denominado IFRS Foundation financing, estão expressas algumas opiniões de Robert Bruce. Apesar do Iasb afirmar que as opiniões não representam a Fundação, a divulgação no endereço oficial é representativo.
Bruce reconhece que a questão do financiamento é sensível para o Iasb. Para ele o Iasb tem trabalhado para conseguir recursos de forma eficaz e suficiente e não comprometer sua independência. Bruce afirma que nos primeiros momentos ocorreu uma dependência maior das contribuições voluntárias, as que o Iasb tem-se esforçado para reduzir isto. Segundo ele, em 2005, dois terços dos recursos eram provenientes de contribuições voluntárias. O problema deste tipo de recurso é, nas palavras de Tom Seidenstein, da Fundação IFRS, “a preocupação que este financiamento poderia levar a alguma forma de acesso especial ou de uma situação onde as empresas poderiam ameaçar cortar o financiamento porque não gostam de uma determinada norma”.
Para resolver este problema, a Fundação IFRS tentar substituir este financiamento por patrocínio público ou mecanismos intermediários. Segundo estimativas do próprio Iasb, este ano as contribuições de empresas devem ficar em 34% das receitas, sendo 26% das empresas de auditoria. Uma alternativa, lembra Bruce, são as receitas de publicação. Mas isto pode reduzir o incentivo para países menores.
O lado da despesa também é interessante. Apesar de ter uma equipe menor que o Fasb, por exemplo, os membros do Conselho são quinze.
Apesar de certo otimismo, a equação financeira do Iasb ainda parece não resolvida, na opinião deste blog.
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