Alunos: sempre os mesmos – Escrito por Juliana Cunha, Postado por Isabel Sales
“Uma vez, no colegial, perguntei ao meu professor de inglês super legal e simpático se ele não se entediava com o fato de que os alunos eram sempre iguais. Na época, minha cabeça de ensino médio concebia duas respostas: ou ele seria educado e diria que éramos todos muito originais e diferentes; ou seria sincero e diria que realmente era bem chatinho conviver com clones de ninguém ano após ano.
Em vez disso, ele respondeu algo como: “No começo, eu amava os alunos por sua originalidade, o que não durou muito porque, né, vocês não são originais, todo ano vem uma nova leva de pessoas bem parecidas. Hoje eu acho que é na própria repetição dos tipos que se concentra o amor do professor. Porque se a cada ano a gente conhecesse pessoas inteiramente novas, seria muito difícil nos apegarmos a elas e mais difícil ainda vê-las ir embora no fim do ano. O fato de serem sempre os mesmos me deixa pronto para amar imediatamente aquele aluno barulhento do fundo da sala sob a luz do amor que senti por todos os outros barulhentos que vieram antes dele”.
Faz tanto tempo que eu faço Letras (minha mãe não curte) que já me sinto totalmente apegada até mesmo àqueles eternos alunos especiais do mestrado e ao pessoal que disfarça desemprego com aprendizado (ou não) de línguas exóticas. Até o final do curso estarei abraçando todos os eles no corredor sem nem saber os nomes.”
Fonte: Aqui
O blog “Já Matei por Menos” é de autoria de Juliana Cunha, repórter freelancer na Folha de São Paulo (e também estudante de letras na USP, comunicação Visual no Senac, colaboradora do blog “Oficina de Estilo”, famoso entre a mulherada!). Essa é uma das minhas postagens prediletas do blog da Juliana, que indico. Espero que gostem!
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