O gráfico abaixo mostra o processo de criação de valor para
o acionista no mercado acionário dos Estados Unidos, no período compreendido
entre 1991 a 2010.
O valor criado para o acionista é dado pela seguinte
expressão:
Valor de Mercado Inicial do Patrimônio Líquido x (retorno do
acionista – Ke)
Sendo que o “Ke” é obtido pela soma do título sem risco do
tesouro dos Estados Unidos, ou título sem risco, mais o prêmio pelo risco.
Neste mercado, o título sem risco variou entre 8,1% a 2,3% ao ano. Já o prêmio
pelo risco variou entre 5,8% a 3,8%. Ou seja, o Ke esteve entre 13,9%, em 1991,
a 6,3% (em 2009). Já o retorno do acionista é dado pela divisão entre o valor
adicionado para o acionista pelo valor do patrimônio líquido inicial, a preços
de mercado.
Em outras palavras, para que uma empresa crie valor para seu
acionista é necessário que o retorno seja superior ao custo do capital próprio.
Pelo gráfico é possível perceber que isto ocorreu em alguns anos,
principalmente no período entre 1995 a 1999, quando ocorreu a bolha da
internet. Depois deste período, o
mercado sofreu duas grandes quedas, que comprometeram o valor criado para o
acionista (vide aqui em Por que nem sempre quando uma ação se valoriza o acionista ganha?).
A análise foi realizada para as maiores empresas do mercado
acionário dos Estados Unidos. E o resultado foi surpreendente. As empresas que
mais criaram valor para seus acionistas, em US$ bilhões, foram:
1.
Apple = 212 bilhões
2.
Exxon Mobil = 86
3.
IBM = 78
4.
Altria Group = 70
5.
Chevron = 67
6.
Oracle = 52
7.
Occidental Petroleum = 51
8.
Amazon = 48
9.
Caterpillar = 37
10. McDonald´s
= 34
É interessante notar que nesta lista existem três petrolíferas e uma vendedora de fast-food, setores que não são vistos com bons olhos pelos investidores. Os maiores perdedores foram:
1.
American Intl Group = - 217 bilhões
2.
Pfizer = -188 bilhões
3.
General Eletric = -183
4.
Bank of America = -170
5.
Citigroup = -169
6.
Time Warner = -130
7.
AT&T = -111
8.
Cisco = -105
9.
Microsoft = -72
10. Intel
= -72 bilhões
Observem que na lista dos grandes perdedores estão dois
bancos, quatro empresas de tecnologia, incluindo a Microsoft, e a GE. Quanto a
GE é importante notar que esta empresa caracterizou-se por ter uma gestão
extremamente agressiva na época de Jack Welch. Seu foco era o acionista. O
desempenho no período foi muito ruim.
Mas talvez a surpresa da lista seja a presença da Microsoft.
O acionista da empresa perdeu 72 bilhões no período, uma quantia substancial. Esta
empresa chegou a valer mais de 600 bilhões de dólares e hoje possui um valor de
mercado de 240 bilhões.
Durante a crise financeira, algumas empresas sofreram
pesadas perdas. No período de 2007 a 2008 as maiores perdas, em termos
percentuais, foram:
1.
Lehman Brothers = - 98%
2.
Washington Mutu = -98%
3.
Dana = -95%
4.
Circuit City Store = -92%
5.
Delphi = -92%
6.
Freddie Mac = -89%
7.
Fannie Mae = -88%
8.
Delta Air Lines = -88%
9.
Ambac = -88%
10. American
Intl Group = -85%
Em termos de valores, as maiores perdas provocadas pela
crise foram:
1.
Citigroup = -237 bilhões
2.
GE = -222
3.
AIG = -182
4.
BoFA = -169
5.
Altria = -149
6.
Microsfot = -121
7.
Wachovia = -78
8.
Cisco = -71
9.
Morgan Stanley = -68
10. Pfizer
= -67 bilhões
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