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15 março 2011

Por que nem sempre quando uma ação valoriza o acionista ganha?


Quando um investidor aloca parte dos seus recursos no mercado acionário, ele deseja que o seu dinheiro se valorize. Imagine que ele aplicou 100 reais em ações e ao final do ano possua R$108,70. Isto significa uma valorização de 8,70%. Ele fez uma boa aplicação, certo?

Depende do referencial. Tradicionalmente comparamos o retorno no mercado acionário com um parâmetro. O mais conhecido deles é dado pela soma do retorno de um título sem risco mais o prêmio pelo mercado. Se um título sem risco teve um retorno de 5,3% e o prêmio por investir no mercado acionário é de 4,3%, este parâmetro é aproximadamente de 9,6%. Observe que este valor é superior ao 8,7% que se obteve na aplicação. Ou seja, deveríamos ter obtido no mínimo 9,6%, mas o retorno foi somente de 8,7%. Esta diferença representa uma perda na criação do valor para o acionista.

Uma pesquisa feita por três professores do IESE da Espanha mostrou que durante um período longo de tempo, entre 1991 a 2010, o mercado acionário dos Estados Unidos, o principal mercado de ações do mundo, teve uma rentabilidade de 8,7% ao ano. Ou seja, o investidor neste período teve uma grande perda no período. Segundo os cálculos destes pesquisadores, durante o período os investidores perderam 4,5 trilhões de dólares. Mas este desempenho não foi uniforme ao longo do tempo. Num primeiro período, os investidores ganharam 5,1 trilhões. Mas com o estouro da bolha de internet e a crise financeiro de 2008, o período seguinte trouxe perdas de 9,6 trilhões.

Isto mostra que nem sempre quando o mercado valoriza estamos ganhando. É necessário comparar com o nosso referencial.

Para ler mais: FERNANDEZ, Pablo; AGUIRREAMALLOA, Javier; CORRES, Luis. Shareholder value creators in the S&P 500: 1991-2010. 

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