Por Pedro Correia
O mecanismo de leilões usado pelo Clube dos 13 propicia que qualquer empresa possa deter os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. Neste modelo, os concorrentes (Globo, Record, etc) dão lances e vence aquela empresa que pagar mais. Mas como as empresas definem o valor que devem pagar?
Bem, elas olham para o potencial de receita que pode ser gerado com a exclusividade daquele produto. A principal fonte de receitas é o anúncio de empresas durante os jogos, e durante todo o resto da programação. Portanto, aquela empresa que tiver maior potencial de receita dará o maior lance.Veja que só o fato de a Record, ou outra empresa qualquer entrar no leilão, já faz com que a Globo tenha que cobrir pelo menos o lance da concorrente. Isso em si já aumenta o valor esperado do ponto de vista do leiloeiro (Clube dos 13).
Há também um outro equívoco ao olhar os dados do Ibope. Pode ser verdade que o índice seja menor no horário do futebol, mas o telespectador é outro. Quem vê a novela é a minha mãe, eu assisto o futebol. Então, em um intervalo de 4 horas foram dois consumidores bombardeados com anúncios, e não apenas um. Por isso, no horário do futebol a propaganda é da empresa de cerveja, e no horário da novela é de amaciante de roupa.
Enfim, eu só gostaria de apontar que o grande diferencial não está em gostar ou não de futebol, e sim no valor (quantidade x preço) gerado por este programa televisivo. O valor depende não somente do número de telespectadores, mas também de quanto ($$) esse telespectador criará renda pra empresa (valor da cota de anúncios).
Cristiano M. Costa
Ph.D. em Economia pela University of Pennsylvania
Fonte: Blog do Nando
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