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03 março 2011

Associação entre o lucro das companhias e o desempenho das ações

Associação entre o lucro das companhias e o desempenho das ações - Por Pedro Correia

Segundo tese de doutorado defendida no fim de janeiro pelo professor João Batista Nast de Lima, na USP, a adoção da etapa intermediária entre o modelo contábil brasileiro e o IFRS aumentou a associação existente entre os resultados das companhias e o preço das ações negociada na BMeF Bovespa.
No período de 1995 a 2007 o lucro e patrimônio líquido divulgados no balanço anual das companhias explicavam 16% dos preços de uma ação sendo o restante determinado por outros fatores, como macroeconomia, questões setoriais. Com as novas regras contábeis, segundo o estudo, esse índice chamado tecnicamente de coeficiente de determinação, aumentou para 47% em 2008 e foi de 23% no período de 2008 a 2009.
O estudo também analisou a variação do lucro e do patrimônio entre diferentes períodos e o retorno das ações nesse intervalo. Os resultados também mostraram que as novas regras elevaram a associação entre a variação dos dados contábeis e das cotações do papel na bolsa.
A amostra observada foi de 107 empresas, que participaram do índice Ibovespa em algum momento durante o período de 1995 a 2009. No total foram 2277 balanços observados. O estudo destaca que a qualidade da informação contábil depende não apenas das norma usadas em determinado país, mas também de fatores institucionais como estágio de desenvolvimento do mercado de capitais, a estrtura de capital das empresas, a concentração da propriedade e o sistema tributário vigente.Segundo Nast de Lima, o Brasil tinha todas as caracteríticas que levavam uma informação contábil de baixa qualidade.
"Temos ainda alguns fatores [ que favorecem a informação contábil de baixa qualidade] que permanecem. Eu quis verificar se o regramento novo conseguiria romper essa baixa informatividade", afirma o pesquisador que foi orientado por Alexandre Broedel, diretor da CVM e também professor da USP. A conclusão do estudo é que essa melhora de fato ocorreu.
Fonte: Valor Econômico - Caderno Eu e Investimentos - página D1- dia 28/02/2011
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