Os profissionais que assumiram a gestão do Panamericano a partir de novembro não têm dúvidas: o rombo de R$ 4 bilhões no banco foi provocado por má gestão e incompetência. A maior parte do buraco adicional de R$ 1,5 bilhão, descoberto em janeiro, é explicada por erros técnicos, não por fraudes contábeis. [1]
Cerca de R$ 400 milhões decorrem de contabilização equivocada das chamadas provisões para perdas de devedores duvidosos (conhecidas como PDD, no jargão do setor bancário). Outros R$ 370 milhões são fruto de erro na contabilização de uma operação chamada de hedge cambial. Quando fazem transações no exterior (como emissões), os bancos são obrigados a proteger esse patrimônio em dólar aqui dentro. Vão ao mercado futuro e compram ou vendem moeda estrangeira. A gestão anterior calculou que essa operação gerava um lucro de R$ 170 milhões. Com a valorização recente do real, havia na verdade um prejuízo de R$ 200 milhões.
Todos esses dados devem ser finalmente conhecidos pelo mercado na próxima sexta-feira [2], quando o Panamericano deve divulgar, de uma só vez, os balanços relativos ao terceiro e ao quarto trimestres de 2010. (Estado de São Paulo)
[1] Outro nome para "barbeiragem contábil"
[2] Veja postagem anterior sobre a tempestividade da informação
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