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15 dezembro 2010

Regulação das auditorias

Episódios recentes, como os rombos na contabilidade do Carrefour e do banco Panamericano, do Grupo Silvio Santos, colocaram novamente em debate o comportamento das empresas de auditoria e até que ponto é consistente a avaliação que fazem dos balanços das empresas. Assim como em outras oportunidades, tanto no mercado brasileiro como em outros mercados, o aval que dão aos demonstrativos financeiros de companhias com ações negociadas em bolsa deveria ser entendido como mais um suporte para o fortalecimento dos negócios acionários.

Mas, com esses novos eventos negativos, fica abalada não apenas a credibilidade de quem teria como função fiscalizar, como toda a estrutura de um mercado ainda a caminho da maturidade.

A reação dos principais envolvidos nos episódios veio rapidamente, ganhando força a ideia de criar uma entidade reguladora para as auditorias. Ou seja, uma espécie de "fiscal do fiscal".

A proposta, que tem o aval de entidades como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), seria semelhante ao Conselho de Supervisão de Contabilidade de Companhias Abertas, dos Estados Unidos, criado na esteira dos estragos provocados pelos escândalos da Enron e da Worldcom, em 2002.

O novo órgão, contudo, não garantiu um mercado americano livre de solavancos nestes oito anos. É só atentar para os fatos posteriores à quebra do Lehman Brothers, em setembro de 2008.

Uma proposta alternativa é a volta do rodízio entre auditorias, previsto para vigorar a partir de 2012, que obriga as companhias a trocarem de auditoria de cinco em cinco anos. Também na proposta alternativa argumenta-se que deveria haver mecanismos para que as pequenas auditorias participem do rodízio, uma maneira de quebrar a espécie de oligopólio que domina o segmento.

Todas as 50 maiores companhias abertas com ações negociadas na Bovespa são auditadas por uma das cinco maiores auditorias que atuam no país. Trata-se de uma centralização que em nada contribui para a boa imagem das empresas fiscalizadoras.


Um órgão regulador para as auditorias - 14/12/10 | Brasil Econômico | Editorial

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