A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, disse ontem que, após análise inicial dos novos executivos do Panamericano, é possível constatar que o rombo descoberto no banco em nada difere dos números encontrados pelo Banco Central.
“A nova diretoria está trabalhando desde o dia 10 e essa equipe já fez uma avaliação preliminar e verificou que (no problema contábil) não há nada além do que já estava dito”, disse, ao reafirmar que o rombo soma R$ 2,5 bilhões e não valor maior, hipótese que tem sido aventada nos últimos dias.
“O banco vai contratar auditoria para verificação ainda mais rigorosa. Mas, por enquanto, não há elementos que nos levem a crer que haja problemas adicionais. Por isso, mantemos o número”, explicou, em entrevista ao Estado.
Ao ser questionada se haveria arrependimento por ter comprado metade de um banco envolvido em um dos maiores escândalos contábeis dos últimos anos no Brasil, Maria Fernanda responde que não e reafirma o plano desenhando quando o contrato de compra das ações do Grupo Silvio Santos foi assinado. “O negócio foi baseado em estudos.
Vamos fazer uma avaliação desses objetivos. Em princípio, a Caixa pretende executar esse plano. Temos os diretores empossados para isso”, diz.
Apesar de todo o governo ter sido informado oficialmente que o Panamericano enfrentava problemas em meados de setembro, Maria Fernanda nega que o Poder Executivo tenha participado ativamente da saída encontrada para o caso.
“Houve uma solução privada que defendeu interesses dos acionistas e clientes. Não interessava a ninguém, tampouco à Caixa uma liquidação”, explica.
Sem alteração. Maria Fernanda, que assume nos próximos dias a presidência do Conselho de Administração do Panamericano, descartou qualquer alteração da participação acionária da Caixa na instituição.
Ela rechaçou as hipóteses de que o banco estatal poderia ter interesse em vender sua participação minoritária - atualmente de 49% das ações ordinárias - ou a de que poderia adquirir o controle acionário de Silvio Santos. “Não está no plano comprar a parte do controlador”.
O vice-presidente de finanças da Caixa, Márcio Percival, informou que, após poucos dias de negócios abaixo da média, a concessão de crédito já voltou ao normal no Panamericano. “Voltamos ao ritmo em que o Panamericano concede cerca de R$ 30 milhões a cada dia.”
PARA LEMBRAR
Participação em banco é disputada
Cinco bancos, até o momento, demonstraram interesse em adquirir a participação de 51% do Grupo Silvio Santos no Banco Panamericano. Segundo fonte que acompanha as negociações, as propostas serão analisadas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que emprestou R$ 2,5 bilhões ao Grupo Silvio Santos para cobrir o rombo encontrado nas contas da instituição. A Caixa deve ajudar a achar um novo parceiro.
Nova diretoria vasculha Panamericano - Fernando Nakagawa - 17 Nov 2010 - O Estado de São Paulo
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