Brasília - O Banco Central (BC) comunicou ontem (10) ao Ministério Público os indícios de crimes no caso na contabilidade do Banco PanAmericano, informou hoje (11) o diretor de Fiscalização da autoridade monetária, Alvir Alberto Hoffmann. Ele acompanhou o presidente do BC, Henrique Meirelles, na audiência pública convocada pela Câmara dos Deputados.
O Banco PanAmericano precisou recorrer ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para receber um empréstimo de R$ 2,5 bilhões e restabelecer o equilíbrio patrimonial. De acordo com Meirelles, do rombo de R$ 2,5 bilhões apurado na contabilidade da instituição financeira, cerca de R$ 2,1 bilhões são referentes a desequilíbrios do próprio banco e R$ 400 milhões relacionados a administração de cartões de crédito. Meirelles não deu detalhes sobre as inconsistências contábeis do PanAmericano e disse que não é competência do BC fiscalizar o setor de cartões de crédito.
Meirelles afirmou ainda que foi feita uma avaliação no sistema bancário como um todo e não foi encontrada nenhuma instituição com problemas semelhantes aos do PanAmericano, mas ressalvou que banco central nenhum no mundo pode garantir que não surjam problemas nas instituições, no futuro. Para ele, se o BC assumisse esse tipo de garantia, haveria um "risco moral". Segundo Meirelles, o BC continua a investigar a situação do PanAmericano.
BC já informou ao Ministério Público indícios de crimes no PanAmericano
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
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