O Índice Nacional dos Preços de Imóveis, que está para ser lançado pelo governo federal, ganhou a aprovação de analistas que, no entanto, divergem sobre um possível risco de bolha no setor. Professor de finanças do Ibmec, Nelson de Sousa aprova o novo índice, mas afirma que ainda é cedo para fazer prognósticos. Segundo ele, será preciso avaliar os critérios do governo.
— A ideia é bem interessante, principalmente porque, assim, vamos saber quanto os imóveis estão subindo realmente.
E o economista acrescenta:
— Há, sim, risco de bolha. Em algum momento, o mercado vai construir e não terá mais para quem vender.
Já Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), acredita que o novo índice pode servir como um termômetro do mercado, mas que não há qualquer risco de bolha:
— Nunca tivemos crédito habitacional. Agora, com a oferta farta, o brasileiro começou a comprar. Não acho que isso seja uma ameaça.
O novo índice poderá substituir a TR (Taxa Referencial), usada, hoje, na correção dos financiamentos habitacionais e na atualização do balanço dos bancos (das garantias da carteira imobiliária).
Para o empresário Rogério Chor, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi), o índice talvez não traduza a realidade do mercado no país:
— Teremos valores médios, que podem não representar as realidades de cada estado. No Rio, por exemplo, o aumento do preço dos imóveis tem a ver com falta de terrenos.
Analistas divergem sobre bolha, mas apoiam novo índice - 10 Out 2010 - O Globo
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