A experiência da caçula
Ludmila Souza passou no concurso antes de concluir o mestrado em Ciências Contábeis. A maioria dos alunos são mais velhos que ela, mas a respeitam como mestre
Luciana Teixeira - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Duas vezes por semana, Ludmila de Melo Souza passa pelos corredores da Universidade de Brasília (UnB) carregando livros e cadernos, como tantas estudantes universitárias. Mas não é uma delas. Aos 24 anos, Ludmila é a professora mais jovem da UnB.
A relação com a universidade começou ainda no ensino fundamental. Mineira de Patos de Minas, ela sempre sonhou em estudar na UnB e já se preparava para enfrentar o vestibular mesmo sem ter escolhido a profissão. “Na oitava série, eu já sabia que queria a UnB e não pensava em outra coisa”, relembra.
Em 2004, Ludmila deixou a cidade natal para estudar Ciências Contábeis no campus Darcy Ribeiro. Aos 18 anos, foi morar com uma amiga, também aprovada na UnB, em um pensionato. “Tinha que pagar contas, arrumar o quarto, mas como já ajudava na casa dos meus pais, a diferença não foi tão grande”, conta. A UnB era como ela havia imaginado na oitava série. “Jamais me arrependi de ter vindo para cá.”
Ludmila não imaginava a carreira de docente até iniciar o mestrado
E foi como aluna que encontrou sua verdadeira vocação. “Fiquei apaixonada pela pesquisa e pela vida acadêmica”, revela. “Participei de projetos de iniciação científica e decidi que faria mestrado para continuar aprendendo”, comenta. Curiosa, Ludmila passava horas estudando na Biblioteca Central. “Meu orientador me incentivava a escrever artigos e comecei a gostar de produzir”, comenta a jovem professora.
Em 2008, recebeu o diploma e decidiu não voltar para Patos de Minas. “Meus pais vieram para Brasília e a vida ficou mais fácil”. Com o apoio da família, Ludmila apresentou projeto de mestrado em Contabilidade. Foi aprovada e permaneceu na UnB. Durante o mestrado, deu aulas de Metodologia de Pesquisa em Ciências Contábeis. “Foi meu primeiro contato com a docência. Nunca imaginei ser professora, mas gostei da experiência.”
CONCURSO – Perto de concluir o mestrado, surgiu a oportunidade de fazer concurso para a UnB. Foi quando se tornou professora. “Tive que correr para terminar o mestrado e fui nomeada no dia 12 de agosto”, comemora.
No começo da carreira docente, enfrenta agora a insegurança diária de encarar alunos, muitas vezes mais velhos que ela. Ludmila recorda que no primeiro dia de aula um estudante perguntou se ela era a professora. “Respondi que sim e ele questionou: mas você tem mestrado?”. No final da aula, o mesmo aluno tornou a procurar Ludmila. “Dessa vez queria saber a minha idade. Falei e ele disse que achava legal ter uma professora jovem”.
Os estudantes sempre procuram a jovem professora para conversar sobre pesquisas, projetos de extensão e demais assuntos da vida acadêmica. “Eles gostam de falar comigo. Acho que tenho uma linguagem mais parecida com a deles”, avalia. Para ela, ter idade próxima à dos alunos não traz prejuízos. “Eles me respeitam como alguém que tem algo a ensinar e as aulas são muito tranquilas”. Nesse primeiro semestre como professora, Ludmila recebeu a missão de ensinar Custos, disciplina do terceiro semestre de Ciências Contábeis, para 87 alunos.
Ludmila pretende fazer doutorado e continuar trabalhando na instituição. De acordo com ela, a pouca idade pode contribuir para o processo de renovação da UnB. “As pessoas ficam cansadas e é muito importante ter gente nova e disposta a realizar um bom trabalho e desenvolver os projetos existentes.”
15 outubro 2010
Dia do professor
Eis um texto interessante com a professora caçula da UnB:
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Gostei demais da matéria e o sucesso da Ludmila faz colocar a gente com esperança de vencer.Parabéns pelo dia do professor.
ResponderExcluirAbraços
Vou mandar esta matéria para amigos meus inclusive para a clubefm99.Os patense tem que saber que existe uma professora tão nova e cheia de vitórias como a Ludmila
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