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11 agosto 2010

Madoff Brasileiro

Justiça decreta prisão de ‘Madoff brasileiro’
Marcelo Portela BELO HORIZONTE - 10 Ago 2010 - O Estado de São Paulo

A Justiça mineira decretou a prisão temporária do empresário Thales Emanuelle Maioline, de 34 anos, um dos donos da empresa Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros. Ele é investigado por estelionato, falsificação de documentos e falsidade ideológica e é acusado de ter dado golpe no valor de R$ 50 milhões em cerca de 2 mil pessoas que vivem em Belo Horizonte e mais 13 cidades do interior de Minas Gerais.

Maioline teve a prisão decretada por cinco dias, contados a partir de quando ele for encontrado. O suspeito foi visto pela última vez em 23 de julho, ao deixar um hotel em São Paulo em direção ao Terminal Rodoviário Tietê, na zona norte da cidade. A mulher com quem o empresário morava na capital mineira e o filho de pouco menos de dois anos foram deixados para trás. Ela diz não saber onde ele está.

Mailione desapareceu levando todo o dinheiro da Firv. Segundo as investigações da polícia, ele também teria desviado os recursos das contas dos investidores para paraísos fiscais como Suíça e Panamá.

De acordo com o delegado Islande Batista, da Delegacia de Combate às Falsificações e Defraudações da Polícia Civil de Minas, a prisão foi decretada na última sexta-feira. Desde então, há buscas por Maioline em 14 cidades mineiras. Além da capital mineira e de Itabirito, na Região Central de Minas, a polícia não divulgou quais são as outras cidades alegando que as investigações podem ser prejudicadas.

A foto dele e informações sobre o caso também foram encaminhadas à Polícia Interestadual (Polínter) de São Paulo e dos demais Estados para que a busca seja feita em todo o País.

Altos rendimentos. Apesar de não ter autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para operar na Bola de Valores, o empresário se apresentava como gerenciador de fundos de aplicação. Para atrair clientes, ele prometia rendimentos de até 5% ao mês, mais 11% a cada 6 meses - índices bem superiores à média do mercado.

A empresa oferecia cotas que variavam de R$ 2,5 mil a R$ 5 milhões e usava recursos de novos investidores para pagar quem queria resgatar as aplicações. Mas, segundo a polícia, a maioria das vítimas reinvestia o dinheiro, por causa dos altos rendimentos depositados nas datas combinadas.

A polícia recebeu denúncia de pessoas que chegaram a largar o emprego para viver das aplicações. Entre as vítimas estão donos de construtoras, de faculdades e de outros empreendimentos. Em ação proposta por uma dessas vítimas, a Justiça mineira já determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 60 mil do empresário e de seus sócios na Firv - a irmã dele, Ianny Márcia Maioline, e o ex-administrador Oséias Marques Ventura, que também afirmam terem sido enganados.

O golpe foi descoberto após um investidor ter solicitado o resgate de R$ 3 milhões. Maioline teria criado obstáculos à devolução e desaparecido logo depois.

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