A literatura apresenta três modelos para determinar a quantidade de caixa que uma empresa deve manter:
1) Caixa Minimo Operacional
Caixa Mínimo Operacional=360/(Ciclo de Caixa)
Vantagens: Modelo simples; Chama a atenção para o fato de que o valor do caixa depende do ciclo operacional.
Desvantagens: Pode resultar num número negativo; Não considera outras variáveis relevantes
Recomendação: Usar como um parâmetro inicial somente
2) Modelo de Baumol
Parte do suposto que a empresa possui recebimentos periódicos e desembolsos constantes e diários. Existem dois ativos, caixa e aplicação financeira (A), onde é possível alocar os recursos num ou em outro. Existe um custo para fazer a transação de aplicação e resgate (denominado b) e a aplicação possui uma rentabilidade igual a i.
A gerência poderá escolher a melhor estratégia em termos de rentabilidade, onde:
Max (A i – N b)
Sendo conhecidos i e b, determina-se o número de transações, N. Sabendo o valor do recebimento periódico, R, o valor da aplicação será facilmente determinado. Para conhecer o número de resgates da aplicação financeira, N, é necessário calcular:
N = Raiz [(0,5 R i /b)]
O valor de cada resgate é dado por
Resgate = R/N
Como os desembolsos diários são constantes e conhecidos, o saldo médio de caixa é dado por
Saldo Médio de Caixa = raiz [(R b/ 0,5i)]
Vantagens: Leva em consideração o custo da aplicação (e o custo de oportunidade de deixar dinheiro parado no caixa); Considera a existência de aplicação financeira
Desvantagens: As suposições de recebimentos periódicos e pagamentos diários constantes é muito restritiva; Em situações onde o custo de transação é reduzido, a estratégia ótima para o período mensal é dada por N=30.
Recomendação: É um modelo interessante que pode ser útil para explicar certas situações práticas. Entretanto, provavelmente possui pouca validade
3) Modelo Miller e Orr
Parte da suposição da existência de dois ativos, caixa e aplicação financeira, do modelo anterior, onde existe um custo de transação, b, e uma rentabilidade na aplicação, i. Mas o fluxo de caixa é incerto. O modelo estabelece três pontos para o gerenciamento do caixa: o caixa mínimo, o ponto de retorno e o ponto máximo.
O caixa mínimo, m, é determinado pela administração da empresa, baseado na aversão ou propensão ao risco. Em situação de propensão ao risco,
m = 0
O ponto de retorno é o valor após cada resgate ou após cada aplicação:
z* = m + RAIZ CÚBICA[(0,75 b VARIANCIA)/i]
sendo VARIANCIA = variância do fluxo de caixa. Esta variância é calculada a partir da série histórica da empresa.
Finalmente, o ponto de máximo, h*, é dado por:
h* = m + 3z*
Vantagens: Leva em consideração a dispersão do fluxo de caixa; Possui uma regra clara de valor máximo no caixa e valor mínimo;
Desvantagens: Dificuldade de determinar o valor mínimo; Deixa de levar em consideração fatores como sazonalidade; Não considera o fluxo de caixa projetado futuro no resgate e na aplicação
Recomendação: O modelo é muito interessante para ser utilizado em consultoria, pelo suporte acadêmico e por apresentar solução fácil de ser seguida pelo empresário: “quanto o caixa tiver neste nível, resgate/aplique”.
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