Algumas pessoas espantaram quando a Nova Zelândia empatou com a Itália. Mas as probabilidades disto ocorrer eram de 5 para 1, segundo as casas de aposta. Esta chance era maior que as probabilidades da vitória do Brasil na Copa, antes do início do torneio: 11 para 2.
O blog Stumbling and Mumbling (Probabilities, biases and market efficiency) discute esta questão sob a ótica do comportamento das pessoas. São dois vieses cognitivos. O primeiro é a availability heuristic, onde nós tentamos imaginar o evento e isto termina por mudar nossa visão das chances. Neste caso, pelo histórico, é muito fácil imaginar o Brasil campeão, pois já ocorreu cinco vezes; mas considerar que a Nova Zelândia tivesse condição de empatar com a Itália seria absurdo. O segundo viés diz respeito a falácia da conjunção. O jogo da Itália e Nova Zelândia possui três resultados possíveis: vitória, empate ou derrota, para um dos times. O Brasil vencer uma copa depende de uma sucessão de eventos (a partir de hoje, ganhar mais três jogos). Se a chance do Brasil ganhar um jogo de Copa do Mundo for de 70%, a chance conjunta de ganhar os três jogos é de 0,7 x 0,7 x 0,7 ou 343%. No início da Copa esta chance seria de 0,7 x 0,7 x 0,7 x 0,343 (considerando que duas vitórias seriam suficientes para classificação na fase de grupo e a necessidade de vitória no primeiro jogo das oitavas de final). Isto significa 11,8% de chance.
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