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20 fevereiro 2010

Woods e o Mercado


Ontem pela manhã o golfista Tiger Woods fez uma declaração sobre seus problemas pessoais. As redes de televisão dos EUA interromperam sua programação normal para mostrar ao vivo as imagens de Woods. A CNBC, especializada na área financeira, também transmitiu os quinze minutos em que Woods reconheceu os erros cometidos no passado.

Para Michael Corkery, do Wall Street Journal (How Tiger Woods Affected Wall Street Trading Volume), as declarações de Tiger Woods o mundo real da bolsa, onde uma grande parte das negociações é realizada por modelos computadorizados, os negócios não foram afetados. Na realidade, o volume de negociação aumentou durante a aparição de Woods. Uma conclusão diferente de Joe Weisenthal (Boy! Tiger Woods Really Disrupted Wall Street Trading). Para Weisenthal, tendo por base os gráficos da Bloomberg, as palavras de Woods afetaram o volume de negociação.

De qualquer forma, qual a razão do interesse do mercado para um típico escândalo de celebridades? Duas possíveis explicações para isto.

Em primeiro lugar, talvez não seja somente um mero escândalo de uma celebridade. Woods possuía um grande número de patrocinadores (General Motors, Gillette, AT&T, Gatorade, Accenture e Tag Heuer) que tiveram perdas de 12 bilhões de dólares com os escândalos. Além disto, Woods era uma mina de ganhar dinheiro. Num determinado ano, o golfista chegou a ganhar 127 milhões de dólares, sendo o primeiro esportista com uma fortuna de 1 bilhão.

Uma segunda possível explicação é que talvez o mercado não seja tão racional assim. As pessoas que negociam ações também possuem interesses mundanos, que inclui fofocas e desejo de saber sobre o futuro de um astro do esporte. A curiosidade de saber sobre o futuro de um astro do golfe é maior do que a vontade de negociar ações num determinado momento. Além disto, fatos como este expõe, de uma forma indireta, os sentimentos de um país sobre a situação econômica. Assim, Tiger Woods é um grande jogador de golfe que caiu na tentação e procura agora a redenção. Algumas pessoas podem ver nisto uma relação com a situação da economia de um país que caiu na tentação do consumo e do endividamento e agora procura o resgate.

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