O jornal Valor Econômico de 22/2/2010 traz uma interessante reportagem de Luciana Monteiro (A ilusão do preço). Trata-se de uma pesquisa realizada na Fundação Getúlio Vargas onde foram montadas três carteiras: a primeira composta por ações com preços inferiores a dez reais; a média, com preços entre dez e vinte reais; e a terceira somente com ações cujos preços eram acima de vinte reais. Entre o período de 3 de janeiro de 2005 a metade de 2009 a carteira com menor preço teve desempenho superior as duas outras (197,85% maior que a carteira média).
Isto não muito racional, já que o comportamento do preço da ação dependeria de outras variáveis. Mas pode existir uma possível explicação para este comportamento: uma ação com valor de R$0,01, se subir um centavo na cotação terá uma valorização de 100%. Já uma ação com preço de dez reais, se tiver um aumento de um centavo, sua valorização é bastante reduzida. Como o período analisado foi um período altista na bolsa, a aparente contradição pode ser explicada por este fator.
Complementar a isso, desconsidera o bid-ask spread. Comprar ao preço de fechamento é uma coisa. Comprar na melhor ordem de venda e marcar na melhor ordem de compra é outra coisa. Em uma ação que vale, digamos, R$20 isso tem pouco efeito. Em uma ação que vale R$0,50, vale muito.
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