Sob a ótica da oferta, a questão da ociosidade das vagas nas universidades federais deve ser considerada através dos seguintes fatos:
1. A decisão da expansão foi tomada de maneira descentralizada, baseado nas necessidades locais, sem análise da demanda da sociedade;
2. Como existia uma grande pressão do MEC para fazer a expansão, as universidades optaram pelas áreas onde a capacidade poderia ser adicionada sem grandes problemas. Neste caso, aumento de vagas em medicina, que representa uma necessidade de grandes investimentos em infra-estrutura, foram desconsiderados em favor da expansão na área social
3. O viés de criação de cursos de “gestão ...” chegou nas universidades federais, sem uma análise da real demanda da universidade. Entre um curso de “gestão hospitalar” e um curso de “administração”, por exemplo, a empregabilidade do segundo é muito superior.
4. A expansão geográfica não foi planejada, onde todas as regiões eram contempladas.
5. Em termos temporais, a expansão das universidades públicas ocorreu depois da expansão das instituições particulares. As particulares conseguiram absorver uma demanda reprimida; quando a expansão das públicas iniciou, a demanda existente era basicamente vegetativa.
6. Apesar da pressão por parte do MEC, a expansão das universidades federais é lenta pois depende de construções de infra-estrutura.
7. A questão da expansão nas universidades foi tratada como uma oportunidade para receber dinheiro. Isto significa dizer que não estava preocupado com a otimização dos recursos. Um exemplo claro disto foi a proposta de criação de um curso vespertino na UnB – quando das instalações estão ociosas – que foi recusada sob a alegação de que não existe turno vespertino. (Na realidade o curso não traria dinheiro para infra-estrutura).
8. Finalmente, e não menos importante, no setor público é muito fácil criar um curso, mas é praticamente impossível fechá-lo.
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