A Folha de São Paulo (em JBS-Friboi se torna líder global em carnes, Gitânio Fortes/Mauro Zafalon) destaca que a empresa, que já era líder mundial em carne bovina, passou a ser líder em proteína animal, superando a Tyson Foods.
O controle da empresa é exercido pelas famílias Batista e Bertin (60% das ações totais, sendo 60% deste total com os Batista e 40% com os Bertin). Com a aquisição, a empresa subiu sua nota para B+, segundo a agência Standard & Poor's.
O governo também participa da empresa, através do BNDES, que possui 22,4% da empresa.
A aquisição da Pilgrim's Pride vai atrasar a oferta pública de ações da JBS USA. "Vamos ter de reapresentar os documentos à SEC [entidade nos EUA equivalente à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no Brasil]", disse Joesley Batista, presidente-executivo da JBS. Ele espera US$ 2 bilhões com o IPO. Faz parte do negócio um refinanciamento de US$ 1,85 bilhão da Pilgrim's, feito pela concordatária.
O Estado de São Paulo (em Grupo abaterá 8% dos bois no mundo, Alexandre Inacio) destaca a concentração ao afirmar que a nova empresa pode abater em um ano todo o rebanho bovino da Rússia.
Nos bastidores da indústria frigorífica, a notícia da aquisição da Pilgrim's Pride e a fusão com a Bertin anunciadas ontem pela JBS Friboi geraram avaliações positivas e negativas do mercado. (...) "A boa notícia é que o Brasil ganha uma empresa forte e líder mundial", disse uma fonte.
O negócio com a Bertin, no entanto, despertou preocupação em muitos aspectos e vários elos da cadeia. Com a incorporação, a JBS terá uma capacidade instalada para abater 90,39 mil cabeças de gado por dia em todo o mundo, volume que representa aproximadamente 8% do abate mundial de gado. Com essa capacidade, a JBS poderia abater em apenas um ano de trabalho todo o rebanho da Rússia, décimo maior do mundo. Na prática, um em cada 13 animais abatidos no mundo sairá de uma das 82 unidades que a empresa passa a controlar a partir de agora, nos sete países em que está presente.
(...) Esse valor representa que a JBS, sozinha, pode ser responsável por 27% do abate bovino de todo o Brasil. Em termos práticos, um em cada quatro bois abatidos no País sairá a partir de agora de uma das 39 unidades existentes no território nacional. "Lembro que há três anos os deputados federais reclamavam em Brasília que existia uma concentração na indústria frigorífica. Na época, se dizia que essa concentração não existia, mas que ela iria acontecer em algum momento. É o que estamos vendo agora", disse a fonte.
O Valor Econômico (JBS torna-se a terceira maior empresa do país, Alda do Amaral Rocha, Silvia Fregoni e Murilo Camarotto) destaca a operação financeira:
Para financiar a aquisição da Pilgrim's, a JBS negocia capitalização por meio de emissão privada de ações de US$ 2,5 bilhões da JBS USA. A compra não está condicionada ao aporte. A empresa busca interessados na emissão, que pode ter participação do BNDES, segundo fontes do setor.
Especialistas tentavam ontem estabelecer o valor atribuído à Bertin, de capital fechado. Sabe-se que os controladores da JBS contribuirão com 51% das ações da empresa para ficar com 60% da Nova Holding, enquanto os controladores da Bertin aportarão 73% do capital para ter 40%. Considerando o valor de mercado da JBS, de R$ 11,4 bilhões, a fatia dos controladores na Nova Holding seria de R$ 5,83 bilhões. Assim, os 40% da Bertin valeriam R$ 3,88 bilhões. Com isso, para o capital total da Bertin chega-se ao valor de R$ 5,35 bilhões. Somando-se a dívida líquida da Bertin, o valor é de quase R$ 9,3 bilhões.
Nenhum deles, no entanto, destaca o fato de que a empresa, apesar do seu porte, ainda é familiar. Problemas no futuro? A conferir.
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