Estudo inglês desmistifica orgânicos
Cláudia Collucci e Rachel Botelho
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 30/7/2009
Os alimentos orgânicos não apresentam benefícios nutricionais superiores aos alimentos comuns, concluiu a maior revisão de estudos já feita sobre o assunto, com 162 artigos científicos publicados nos últimos 50 anos. O trabalho foi encomendado pela agência de alimentos do governo britânico.
Para os autores da pesquisa, não há evidências que fundamentem a escolha de orgânicos em detrimento dos alimentos produzidos convencionalmente, com base na superioridade nutricional de uns sobre outros. A pesquisa foi publicada ontem no American Journal of Clinical Nutrition. "Existe um número mínimo de diferenças em teor de nutrientes entre os alimentos orgânicos e os convencionais, sem relevância em termos de saúde pública”, disse Alan Dangour, um dos autores do estudo.
Para ele, os consumidores estão pagando preços mais altos por alimentos orgânicos devido a seus supostos benefícios para a saúde, criando um mercado global de orgânicos que movimentou US$ 48 bilhões em 2007. No Brasil, a estimativa do governo federal é que os orgânicos movimentem R$ 500 milhões por ano e envolvam 15 mil produtores, com uma área de cultivo de 800 mil hectares.
Embora reconheçam a semelhança do valor nutritivo dos orgânicos e dos alimentos convencionais, médicos ouvidos pela reportagem defendem que os primeiros continuam em vantagem por não serem cultivados com agrotóxico. "Nutricionalmente, o orgânico não tem diferença em termos de composição, mas se difere em termos de preservação de solo, de forma de cultivo e uso de agrotóxico”, afirma o nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração.
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