Fim do vestibular único não virou grande notícia
30 Abril 2009 - Gazeta Mercantil
Há intenção, deliberadamente anunciada, de centralizar nas mãos da União todo o processo educacional brasileiro. É uma escolha do poder, mais do que uma mudança dos tempos. Nenhum sistema educacional, de economia industrializada, vai nessa direção. O Brasil já trilhou esse caminho de centralizar expectativas de ensino por muitos anos e começou a mudar de rota desde a primeira Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional, de 1961. Na verdade, apesar de tudo, até o regime militar foi devagar nessa história de extrema centralização do ensino. A reforma da LDB de 1995 consagrou princípios de descentralização, o primeiro deles o da municipalização do ensino fundamental. A autonomia universitária, expressa garantia constitucional, também preserva o direito das identidades regionais aparecerem no processo educacional.
O Ministério da Educação (MEC), agora, resolveu enveredar por outro caminho, o da centralização total. Sem limites. Com a reforma no vestibular, construiu-se a pretensão de deixar o ensino médio todo igual, no País inteiro, sem dissensões sociais, nem diferenças curriculares. De repente, a toque de caixa, a mídia foi alimentada de versões de que o mundo ficaria inteiramente feliz se e quando o Brasil tivesse um exame único nacional, tudo para vigorar já, em outubro, para as matrículas do próximo ano letivo. (...)
09 maio 2009
Vestibular
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