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15 abril 2009

Satyam

Satyam escapa de falência embaraçosa
Valor Econômico - 15/4/2009

O mundo empresarial indiano vem fazendo um bom trabalho de limitação de danos com a Satyam Computer Services. Três meses atrás, a companhia, que está no centro do maior escândalo empresarial ocorrido na Índia desde a liberalização de sua economia, parecia impossível de ser salva, depois que seu fundador, B. Ramalinga Raju, confessou que vinha inflando a contabilidade da empresas há anos. Parecia certo que a ameaça de processos da parte de acionistas, a recessão econômica, a fuga de clientes para provedores de serviços concorrentes e o espírito de equipe abalado nas fileiras da companhia iriam devastá-la.

Mas os sábios que caíram de paraquedas no conselho de administração da Satyam estão nos estágios finais do processo de busca de um novo proprietário. A Tech Mahindra - uma companhia de terceirização de tecnologia da informação controlada pelo conglomerado industrial Mahindra & Mahindra e parcialmente controlada pelo grupo de telecomunicações BT, do Reino Unido - venceu na segunda-feira o leilão de uma participação de controle, avaliando o quarto maior grupo de serviços de TI da Índia em pouco mais de US$ 1 bilhão. Supondo que as autoridades indianas aprovarão o negócio, a Tech Mahindra vai salvar a Índia corporativa da falência embaraçosa da Satyam.

Isso será festejado, especialmente pelos 50 mil funcionários da Satyam. Mas nada garante que as companhias de controle familiar que dominam o universo da bolsa de valores indiana tenham aprendido a lição com o caso, mesmo depois de algumas delas terem ampliarem seus conselhos de administração para que eles tenham mais diretores independentes. O primeiro-ministro Manmohan Singh deu o sinal verde aos investidores, ontem, dizendo estar "confiante" de que o sistema regulador possui "flexibilidade e força" para garantir que um escândalo como esse nunca mais acontecerá.

Isso é pensamento positivo. Mesmo assim, com o índice de ações Sensex (que mede a bolsa indiana) acumulando valorização de 30% desde o ponto mais baixo registrado em 9 de março, os investidores estão sendo generosos. Isso se deve em parte ao fato das avaliações continuarem benevolentes: o mercado está sendo negociado a uma relação P/L de cerca de 9,5. Se a Índia corporativa quiser reconquistar os múltiplos festivos do passado - e um acesso fácil aos mercados de capitais internacionais -, ela terá de fazer mais para mostrar que leva a governança corporativa a sério.

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