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16 março 2009

Caixa como indicador

O Caixa (e equivalente) tem sido considerado um indicador de saúde das empresas. No passado, a revista Business Week usou a quantidade de caixa disponível pelas maiores montadoras do mundo para fazer uma projeção de consolidação (e fusão) do setor. A revista cometeu erros ao afirmar que sobrariam somente seis montadoras globais, entre elas pelo menos duas dos EUA. A afirmação era baseada no volume de caixa existente então nas empresas.

Apesar do termo consagrado “Caixa é o Rei”, devemos olhar com desconfiança para este indicador. Em primeiro lugar, nem sempre o volume atual de caixa é sintoma de caixa futuro. Este é o caso das montadoras, que possuíam um grande volume de caixa, mas com problemas graves.

Uma outra situação interessante é que nem sempre o caixa que consta do balanço de uma empresa é de propriedade da empresa. Este é o caso dos bancos.
Outro ponto interessante é que nem sempre o caixa significa um custo zero. Este é um ponto interessante destacado em Cash on The Balance Sheet: Not Always as Good as It Seems. O texto lembra o caso em que a empresa pode ter um custo elevado para usar o caixa disponível.

O exemplo interessante apresentado pelo texto é das empresas farmacêuticas dos EUA que possuem 115 bilhões em caixa. A J&J tem 13 bilhões, por exemplo. A questão é que uma parte deste valor está no mercado externo e sua utilização nos EUA irá gerar um imposto de 30%. Ou seja, os 115 bilhões talvez não sejam 115 bilhões.

[Existia uma piada dizendo que as duas coisas verdadeiras num balanço eram o caixa e o CNPJ. Bem, talveze não seja assim.]

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