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16 março 2009

AIG e o dinheiro do contribuinte

A AIG, que recebeu US$ 170 bilhões do governo norte-americano para não quebrar no ano passado, deverá pagar bônus e incentivos para seus funcionários de US$ 165 milhões, informou neste final de semana o The New York Times. O total é apenas uma parcela do plano de cerca de US$ 1 bilhão em pagamentos de incentivos para a retenção de talentos e bônus negociados pela empresa antes da ajuda do governo, para um período de sete anos. O valor foi considerado por Lawrence Summers, principal conselheiro do presidente Barack Obama, como "ultrajante".

A empresa recuou de sua posição inicial diante das pressões do Tesouro americano, principal acionista da empresa com 79,9% de participação. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, criticou, inclusive os US$ 165 milhões. Ele teria telefonado à empresa quarta-feira passada exigindo mudanças no plano de premiações da seguradora, que amargou um prejuízo de US$ 99 bilhões no ano passado.

Carta ao governo

Em resposta, o presidente da AIG, Edward Liddy, ele próprio indicado pelo governo norte-americano para administrar a seguradora, escreveu uma carta ao governo argumentando que também não gostava do acordo da empresa com os funcionários mas, por mais desagradável que fosse , via-se obrigado a cumpri-lo, uma vez que datava de contratos assinados antes de sua chegada à companhia. "Francamente, as mãos da AIG encontram-se amarradas", resumiu o executivo em sua carta. (...)

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 13)(Redação - Com agências internacionais)
Governo dos EUA se irrita com pagamento de bônus pela AIG - 16/3/2009


Aqui um texto do NY Times mostrando o destino dos 170 bilhões recebidos pela AIG do contribuinte dos EUA. Entre os beneficiados: Goldman Sachs ($12.9 bilhões), Merrill Lynch ($6.8 bilhões), Bank of America ($5.2 bilhões), Citigroup ($2.3 bilhões) e Wachovia ($1.5 bilhoes). E alguns bancos estrangeiros como Société Générale, o Deutsche Bank, o Barclays ($8.5 bilhões) e UBS ($5 bilhões).

[É interessante notar a coincidência do UBS. Recentemente este banco fez um acordo com o governo dos EUA, abrindo suas contas secretas de clientes e contrariando a tradição suiça. Tudo tem seu preço]

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