No livro Teoria da Contabilidade afirma-se que as empresas de auditoria possuem interesse em realizar um bom trabalho para defender sua reputação. Neste sentido, preservar o “nome” da empresa de auditoria seria um motivo suficiente para a busca por um bom trabalho. Entretanto, este aspecto talvez não seja suficientemente forte num ambiente de oligopólio. Um texto a revista Business Week (For Accounting Giants, nowhere to Hide?, Nanette Byrnes & Michael Orey, 16/2/2009, 56, Volume 4119) mostra que o arranjo realizado por estas empresas pode estar com os dias contados.
Apesar das grandes empresas de auditoria (PricewaterhouseCoopers, KPMG International, a Deloitte Touche Tohmatsu e Ernst & Young) possuírem receitas de mais de 100 bilhões de dólares no ano passado, sua exposição ao risco é limitada devido ao fato de estarem constituídas como uma rede de empresas independentes. Ou seja, ações judiciais são limitadas.
Agora, dois casos podem ameaçar esta situação. Em janeiro o juiz do distrito de Nova Iorque decidiu que um júri irá analisar “se Deloitte é responsável por alegada negligência contabilidade italiano pela sua operação em 2003 o colapso do produtor de leite Parmalat”. Na terça-feira dia 17 de fevereiro, “um tribunal estadual júri, em Miami está agendado para considerar se a [empresa] baseada em Bruxelas BDO International deve ajudar a pagar de US $ 521 milhões do veredicto.”
Estes problemas acontecem num instante em que as empresas de auditoria podem enfrentar a possibilidade de assumir responsabilidade por casos como o da empresa indiana Satyam e os fundos Madoff. As empresas de auditoria estão se defendendo afirmando que são independentes.
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Briga boa, heim? Antes da regulamentação da profissão, todas essas empresas, naquela época muito pequenas (Arthur Andersen SP se orgulhava de seus 80 funcionários, em 1970)sempre tinham uns tantos sócios estrangeiros, mandados das matrizes. Hoje, com a regulamentação, a coisa é mais sutil, mas todo mundo sabe quem manda e quem tem juízo, obedece.
ResponderExcluirO problema pode estar que, com essa crise, vai ser difícil um júri americano dizer que uma empresa americana tem de pagar uma indenização a um bando de italianos. Salvo se ouver ações onde os autores também forem americanos. Aí é que a porca vai torcer o rabo.
Isto vai ficar divertido. Obrigao pela notícia.