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02 fevereiro 2009

A Ajuda, o bônus e o jatinho

A partir do momento que um governo decide ajudar empresas em dificuldades com dinheiro do contribuinte isto cria alguns problemas para a administração. Talvez o mais visível deles é a restrição ao livre uso dos recursos.

Politicamente não é bom para a administração pública ver parte dos recursos sendo direcionados para gastos como participação no resultado ou qualquer tipo de bonificação para os executivos ou gastos com mordomias, como jatos executivos.

A reação a troca de jato no Citigroup resume um pouco este ambiente. Mais recentemente, o governo dos Estados Unidos impôs uma série de condições no uso dos recursos destinados as instituições em dificuldades financeiras (veja, por exemplo, What Red Ink? Wall St. Paid Hefty Bonuses, Ben White, 29/1/2009, The New York Times,
Late Edition – Final, 1)

Para a contabilidade é interessante acompanhar estes casos, pois trata de um conflito agente e principal. Neste tipo de conflito, a contabilidade tem um papel importante no processo de conciliação dos objetivos.

Para completar, veja este texto da Gazeta Mercantil:

Bônus generosos, como nos bons tempos
30/1/2009
Gazeta Mercantil
Sob quase todos os parâmetros, 2008 foi um desastre para Wall Street - isto é, exceto quando chegaram os bônus.

Apesar das perdas enormes, dos resgates financeiros de bilhões de dólares e da saída de alguns dos nomes mais proeminentes do setor, os empregados de companhias financeiras de Nova York, a agora encolhida capital mundial do capital, receberam estimados US$ 18,4 bilhões em bônus para o ano.

Esse foi o sexto maior ganho da história, de acordo com um relatório divulgado na quarta-feira pelo contador do estado de Nova York. Embora os desembolsos tenham diminuído se comparados aos dos últimos anos, os trabalhadores de Wall Street ainda levaram para casa mais ou menos o mesmo que levaram em 2004, quando o Dow Jones estava acima dos 10 mil pontos, a caminho do recorde.

Alguns dos funcionários dos bancos levaram milhões para casa no ano passado mesmo no momento em que seus empregadores perdiam bilhões. A estimativa do contador, um número muito observado na temporada anual de bônus - de dezembro a janeiro - baseia-se em arrecadações de imposto de renda pessoal. Exclui as opções de compra de ações como prêmio que poderiam empurrar as cifras para patamares muito mais elevados.

O contador do estado, Thomas P. DiNapoli, disse que não estava claro se os bancos haviam usado dinheiro do contribuinte para os bônus, possibilidade que parece ultrajante aos especialistas em governança corporativa, e sem dúvida a muitos americanos comuns. Ele pediu que a administração Obama examine a questão de perto.

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