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30 setembro 2008

Rir é o melhor remédio


A diferença entre republicano e democrata com respeito ao déficit. Os republicanos defendem a responsabilidade fiscal (mas na prática a teoria é outra). Fonte, aqui.

Balanço Social


O Ibase lança livro inédito com análise de mais de mil balanços sociais publicados entre 1997 e 2005. A publicação traz panorama de investimentos empresariais em meio ambiente, ações sociais e no público interno.


Alexandre Alcantara. Clique aqui para ler mais

Marcação a mercado

A regra da marcação a mercado (e o FAS 157) estão em discussão. Para ler sobre o assunto, clique aqui, aqui e aqui.

O que já foi postado sobre este assunto no blog está aqui.

Congresso não aprova o pacote de ajuda a Wall Street

Surpresa de setembro
Floyd Norris*
O Estado de São Paulo - 30/9/2008

O congresso dos Estados Unidos não aprovou o plano de resgate dos bancos, para a surpresa de todos. Está demonstrado o valor da disciplina partidária. Esse pacote tinha o apoio de John McCain (republicano) e Barack Obama (democrata), os candidatos à Presidência que, juntos, contam com o apoio de praticamente todos os membros do Congresso.

Mas uma maioria de congressistas votou com Bob Barr, o libertário que afirmou que “precisamos fazer com que Wall Street sofra as conseqüências das suas irresponsáveis decisões de investimento”, e com Ralph Nader, o candidato independente que descreveu o pacote como “um resgate para os vigaristas de Wall Street”.

Imaginei que as lideranças no congresso fossem capazes de garantir que um número suficiente de membros de ambos os partidos tapassem seus narizes e votassem a favor do pacote para obter uma pequena margem e conseguir a aprovação. Mas o que temos aqui é uma rejeição do que Nader chama de “os dois candidatos das corporações”.

O resultado da votação foi divulgado pouco depois de eu ter publicado o texto anterior, chamado de “Surpresa de Outubro’. [vide abaixo neste blog] Vamos torcer para que a indústria bancária sobreviva até lá.

A indústria bancária está em apuros com ou sem pacote de resgate. Seus esforços para alterar as regras de contabilidade para ocultar os problemas são tristes e estarrecedores. O pacote rejeitado teria autorizado a SEC (Comissão de Valores Mobiliários local) a suspender a regra de reajuste a preço de mercado, que obriga os bancos a admitir o quanto apostaram e perderam. A SEC já cedeu à pressão política e proibiu a venda de ações a descoberto no mercado financeiro e, portanto, é possível que cedesse igualmente à pressão dos contadores.

“A verdade é a primeira baixa”, antiga frase que descreve o jornalismo de guerra, parece se aplicar também ao jornalismo econômico em tempos de crise financeira. Os economistas dizem que os mercados onde a venda a descoberto é proibida têm menor probabilidade de apresentar eficiência e maior probabilidade de apresentar distorções sob a forma de preços excessivmente altos.

Assim, apresentamos aos investidores empresas cujo preço foi provavelmente superestimado e provavelmente estão se esforçando para esconder o baixo valor atual dos seus ativos. Por algum motivo, poucos querem comprá-las.

Ontem, no programa Esta Semana, da rede ABC, Newt Gingrich argumentou em favor da suspensão da regra contábil de reajuste dos preços no nível do mercado, afirmando que os preços do mercado estão agora baixos demais e não condizentes com a realidade. Para comprovar essa tese, ele destacou que tanto o secretário do Tesouro quanto o presidente do Fed (banco central americano) acham que os preços estão mais baixos do que deveriam.

Eles afirmam isso argumentando que o governo pode pagar por ativos problemáticos preços acima do valor de mercado e no fim lucrar com eles. Quando você imaginou que veria uma das principais figuras conservadoras dizer que as autoridades do governo poderiam avaliar valores com maior competência do que o próprio mercado?

Na ausência do resgate rejeitado, o governo está tratando com os bancos frágeis, um a um, propondo aquisições (enterros seria um termo mais apropriado) quando possível. Tanto no negócio do Washington Mutual quanto no do Wachovia, os depositantes estão passando bem, enquanto os acionistas sofrem. Isso desencoraja uma corrida dos depositantes aos bancos, o que é bom, mas encoraja o que chamaremos de “corrida ao mercado de ações” por parte dos acionistas de qualquer banco que possa estar no mesmo barco que essas instituições financeiras problemáticas.

(Se o seu banco alguma vez se gabou dos seus empréstimos hipotecários, é melhor tomar cuidado.) Ainda acho que o congresso vai salvar alguma coisa do pacote - supostamente ao elaborar mudanças que agradem a um número suficiente de discordantes -, mas com o início do feriado judaico, esta noite, pode demorar até que isso ocorra.

O risco de um grande resgate era que isso fizesse os investidores pensarem que os bancos estavam numa enrascada ainda maior do que aparentavam. Henry M. Paulson Jr., o secretário do Tesouro, tentou estruturar esse resgate sob a forma de uma aquisição de ativos, de modo que os bancos, recebendo o dinheiro, não ficassem manchados por fazê-lo.

Mas a decisão de forçar estes bancos a entregar parte de sua participação patrimonial pode ter acabado com essa jogada e as mudanças a serem feitas agora no pacote podem muito bem torná-lo mais punitivo. Isto pode ser bom em termos de justiça, mas ruim em se tratando de conter a crise.

Parece que esta será uma semana muito interessante nos mercados, que não iam muito bem das pernas antes da “Surpresa de setembro”.

*Floyd Norris escreve para o ‘The New York Times’


Para ler sobre este assunto, clique aqui e aqui

The Beatles



Documentos secretos do Governo britânico, agora desclassificados, mostram que diplomatas e polícias fizeram inúmeros relatórios secretos, durante oito anos, sobre os Beatles, anunciou o investigador Mari J. Cereghino.

Tudo começou durante a viagem aos Estados Unidos dos Fab Four, em Fevereiro de 1964, e de uma festa na Embaixada britânica, no fim da qual os Beatles se queixaram da segurança.

Um artigo no "Daily Express" revelava, então, que uma fã tinha conseguido cortar uma madeixa de cabelo a Ringo Star. O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico quis saber o que se passou concretamente e pediu um relatório à sua Embaixada de Washington.

A partir dessa altura, passou a existir uma vigilância quase constante de todos os passos da banda. Onde quer que se encontrassem, de Londres a Tóquio, os relatórios de diplomatas ou da Polícia descreviam todos os passos dos elementos do grupo.

Mais tarde, os principais alvos das autoridades passaram a ser John Lennon e Yoko Ono. A 18 de Outubro de 1968, são ambos presos no seu apartamento por posse de estupefacientes (canábis(.

Dois anos mais tarde, um outro relatório informava sobre uma exposição de litografias, concebidas por Lennon, que retratavam o casal em várias posições sexuais. Oito das 14 litografias são apreendidas pela Polícia e a exposição encerrada. Contudo, as autoridades britânicas também se interessavam pelas finanças dos membros do grupo, mantendo uma contabilidade actualizada de quanto, de quem e de quê cada um deles recebia dinheiro.

Curiosamente, faz também parte do espólio agora revelado o documento que marca o fim da banda. Trata-se do processo, que chegou ao Supremo Tribunal, instruído por Paul McCartney contra os seus três ex-companheiros, depois da dissolução do grupo, em finais de 1970.

John Lennon resolveu viver nos EUA, mas aí passou a ser vigiado de perto pelo FBI porque esta entidade desconfiava dos conhecimentos sociais de Lennon.


Governo inglês vigiava passos dos Beatles
Jornal de Notícias - 30/9/2008 - 07 - Grifo meu.

Custo da IFRS

O CEO da British Petroleum anunciou que sua empresa gastou o equivalente a 100 milhões de dólares para o primeiro ano de IFRS, com gastos adicionais esperados para o segundo e o terceiro anos. Extrapolando (...) as corporações dos EUA devem gastar aproximadamente US$ 20 bilhões de dólares, no total, para converter [a contabilidade] para as normas IFRS. Felizmente para os meus amigos do Big Four, a quase totalidade deste dinheiro vai para os seus bolsos. Que inesperados para eles!. E não sequer abordamos o fato científico que as empresas com contabilidade pelo IFRS, em vez do US GAAP, possuem maiores custos de capital e os investidores menores taxas de retorno.

Keep All Eyes on the Bouncing Ball of IFRS - David Albrecht - 29/9/2008

O papel da contabilidade na crise

É claro que o antigo sistema falhou - caso contrário não iria precisar do socorro -, mas o diagnóstico do que aconteceu pode ser importante para decidir quais as mudanças são necessárias.

Neste momento, os liberais acusam a desregulamentação, que começou sob Ronald Reagan, e sistema financeiro ficou fora de controle, e os conservadores estão apontando para as intervenções no mercado pelos liberais - nomeadamente os esforços para garantir empréstimos hipotecários para os pobres e das minorias - como sendo a causa da bagunça.

Os conservadores também estão apontando para as regras contábeis (...)

A regra contábil que exige dos bancos marcar os seus bens a seu valor de mercado tem sido amplamente acusada de produzir perdas que assusta os investidores. Newt Gingrich, o ex-porta-voz da Câmara, disse domingo no programa ABC This Week "que entre metade a 70 por cento do problema" foi causado pela regra, e alguns legisladores republicanos têm pressionado para suspender a lei.

Mas se alguém quiser olhar as regras contabilísticas como causa, seria mais produtivo analisar as regras que permitiram a crise crescer sem ser notada, não a regra que finalmente trouxe a verdade à opinião pública. (...)

Em qualquer caso, é tarde demais para abandonar a contabilidade da marcação a mercado.


After the Deal, the Focus Will Shift to Regulation - Floyd Norris, 29/09/2008 - The New York Times - Late Edition - Final - 1


Acredito que esta seja uma resposta adequada ao texto de Michael Hudson (O resgate de todos os resgates, via Notícias Contábeis) que fala em:

Esses bilhões de dólares foram sacrificados para manter vivo um sonho: as ficções contábeis postas sobre o papel por empresas que ingressaram em um mundo irreal fundado em uma contabilidade falsa que praticamente todo o mundo financeiro sabia ser enganosa.


Mas reforçando o argumento de Norris apresentado acima, Binyamin Appelbaum, David Cho e Neil Irwin, em Broad Authority, Lots of Money And Uncertainty, The Washington Post, FINAL, p. A01) lembram que independente da regra contábil de marcação a mercado, o problema era que os bancos não tinham mais dinheiro pois fizeram péssimos empréstimos.

Desabafo

Año tras año, lo mismo. El interventor del Ayuntamiento de Valencia repite en cada auditoría interna de las cuentas municipales sus reparos como un mantra: se comprometen gastos sin presupuesto; se guardan facturas en los cajones hasta el ejercicio siguiente; no se controla la desviación del coste de las obras; y se adjudica el grueso de la inversión a dedo a las contratas y concesionarias, entre otros malabarismos para que al final de año cuadren las cuentas y la deuda no supere los límites legales.

Las cuentas siguen oscuras - 29/9/2008 - El País - Nacional - V (Comunidad Valenciana), p. 6

29 setembro 2008

Rir é o melhor remédio

Toda segunda-feira a New Yorker disponibiliza oito cartoons diversos, sendo o oitavo para o leitor completar a piada. Esta semana parece que o tema era um só: a crise financeira.



"Eu penso que eles esperam um bailout"



"Um banqueiro, eh? Como é que você ganha a vida?"





"Não sobre o colchão, onde guardaremos nosso dinheiro"



"Querida, nós estamos sem casa"

28 setembro 2008

Caixa negativo: exemplo

A Varig, que permanece em recuperação judicial sob o nome de Flex, inicia o mês que vem com um caixa negativo de R$ 2,7 milhões, o que na teoria poderia significar sua falência. O resultado permanecerá no vermelho até julho de 2009, quando o caixa da empresa deverá estar com saldo negativo de R$ 28,6 milhões.

As projeções constam do último relatório sobre a recuperação judicial entregue no final de agosto, com dados de julho. A Flex não se pronuncia sobre o assunto.

De acordo com fontes do setor, porém, a Flex deverá ganhar uma sobrevida até dezembro, pois deve receber receitas extras de renegociações de apólices de seguros e de serviços prestados a outras empresas, por exemplo.

No relatório, a Flex informa que ainda tenta negociar uma dívida de R$ 814,5 milhões referentes a créditos de Imposto sobre Cirulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não repassados por diversos Estados brasileiros, além de cerca de R$ 48 milhões da VarigLog.


Varig tem caixa negativo de R$ 2,7 milhões - O Estado de São Paulo - 27/9/2008

Em pequenas e médias empresas o caixa pode eventualmente ser negativo. Mas numa empresa de maior porte isto é raro.

27 setembro 2008

Capas



Duas das melhores capas do ano de 2008. Na esquerda, Gisele. Na direita, o ex-prefeito Eliot. Mais, aqui.

Participação nos lucros


A figura, retirada de um estudo sobre remuneração de executivos, mostra um modelo para prever a participação nos lucros dos executivos do setor financeiro. O modelo erra nos últimos anos (o real, as barras, versus o previsto, a linha), indicando que esta remuneração está acima do histórico.

Fonte: Aqui

26 setembro 2008

Rir é o melhor remédio

Duas fotos interessantes. A primeira, um móvel original:



A segunda, o desejo que a língua inglesa tenha caracteres interessantes:

Tamanho da letra

Contratos terão que ter letra de fonte tamanho 12

Mudança na lei entra em vigor a partir desta terça-feira (23). Objetivo é tornar a leitura mais fácil para os consumidores.
A edição do Diário Oficial desta terça-feira (23) traz publicada uma lei que obriga os fornecedores de produtos e serviços a redigir contratos com letras de tamanho 12, no mínimo. O objetivo da medida é facilitar a leitura e entendimento dos contratos fornecidos pelas empresas aos clientes.
No entanto, a nova lei especifica somente o tamanho, não determinando que tipo de letra o fornecedor deve usar no contrato.
O projeto, aprovado em junho pelo Congresso, é de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) e modifica o Código do Direito do Consumidor, que, apesar de já exigir que os caracteres fossem redigidos de forma legível, não estipulava um padrão mínimo de medida tipográfica a ser observado. A lei foi assinada pelo presidente em exercício, José Alencar, nesta segunda-feira (22).
Com a publicação, os consumidores podem exigir a apresentação dos contratos com letras com corpo 12 já a partir desta terça.
Fonte: Diário do Comércio - 24/09/2008

A edição do Diário Oficial desta terça-feira (23) traz publicada uma lei que obriga os fornecedores de produtos e serviços a redigir contratos com letras de tamanho 12, no mínimo. O objetivo da medida é facilitar a leitura e entendimento dos contratos fornecidos pelas empresas aos clientes.
No entanto, a nova lei especifica somente o tamanho, não determinando que tipo de letra o fornecedor deve usar no contrato.
O projeto, aprovado em junho pelo Congresso, é de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) e modifica o Código do Direito do Consumidor, que, apesar de já exigir que os caracteres fossem redigidos de forma legível, não estipulava um padrão mínimo de medida tipográfica a ser observado. A lei foi assinada pelo presidente em exercício, José Alencar, nesta segunda-feira (22).
Com a publicação, os consumidores podem exigir a apresentação dos contratos com letras com corpo 12 já a partir desta terça.

Fonte: Diário do Comércio - 24/09/2008


Enviado por Marcos César, grato

Sobre o valor justo

"Contabilidade não cria realidade, ela reflete isso. (...) "Na crítica [a contabilidade a valor justo] há um elemento de “não gostamos de resposta”.

"Se você usa as valorizações do mercado isto por natureza cria volatilidade porque os mercados são voláteis. Mas está apenas refletindo que a volatilidade."


Fonte: Jennifer Hughes, Fair value concept prompts cries of foul, 18 /09/ 2008, Financial Times
Surveys IAC1, p. 01.


Texto completo aqui

A culpa é da Contabilidade

Os executivos de Wall Street e os lobistas dizem que sabem o que ajudou a empurrar as maiores instituições financeiras do país para o precipício nos últimos meses. O culpado, dizem, é a contabilidade.

Os bancos (...) esperam persuadir legisladores e reguladores de valores mobiliários em suspender temporariamente ou reverter uma medida contábil que entrou em vigor no ano passado quando a crise de crédito surgiu.

A causa está uma disposição que obriga as empresas a divulgarem mais informações sobre o valor das seus ativos, incluindo o quanto eles poderiam obter no mercado. A norma contabil, conhecida como valor justo ou marcação a mercado, tem sido citada como um fator contribuinte nas quebras de American International Group, Freddie Mac e Lehman Brothers.

Há apenas um problema, de acordo com os reguladores e analistas contábeis: A norma não impõe novas regras para as empresas, mas apenas mostra as apostas vagabundas de hipotecas, tornando-a um bode expiatório conveniente (...).


Carrie Johnson, Wall St. Points to Disclosure As Issue; Accounting Rule Cited in Turmoil, Washington Post Staff Writer, 23/9/2008, D01


Aqui o texto completo

India, IFRS e Tecnologia

Um artigo do jornal The Hindu (Impact of IFRS convergence on tech companies, 25/9/2008, 9, Jamil Khatri) destaca a influencia da adoção do IFRS nas empresas de tecnologia da Índia. Este país deverá adotar no dia 1o. de abril de 2011 as normas do Iasb. Para os interessados nesta discussão, aqui o texto completo do artigo.

25 setembro 2008

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker

Links

1. Cultura de Guerra nas Estrelas

2. Calculadora do Google era na conta

3. Capas de revistas em 2008

4. Regra fiscal e lei 11638

5. FBI investiga o escândalo na AIG, Lehman Brothers Fannie Mae e Freddie Mac

6. Contabilidade e Corinthians

7. Superávit ambiental

8. Ex-administrador da Siemens admite suborno ao sindicato

Contabilidade do Tráfico

Contabilidade do tráfico apreendida pela polícia tem ainda propinas a policiais
Ana Cláudia Costa - Globo - 25/9/2008

O faturamento de uma única boca-de-fumo na Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, impressionou policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA). Em agendas e folhas de papel com a movimentação do tráfico apreendidas numa casa na semana passada, durante uma operação na área, agentes descobriram que um ponto de venda de drogas chegou a arrecadar R$29,5 mil por dia, em dezembro do ano passado. Em janeiro, o movimento caiu: foram R$15 mil por dia.

Da contabilidade também consta o pagamento de propinas a policiais, o chamado “arrego”. Em dezembro de 2007, traficantes de uma boca-de-fumo da Nova Brasília deram R$2 mil de “arrego de Natal”. No mês seguinte, o valor caiu para R$1,4 mil.

Todo o material apreendido está sendo analisado pelo delegado titular da DRFA, Ronaldo Oliveira:

— A movimentação financeira de apenas uma boca-de-fumo é muito grande. Se a gente levar em conta que o Complexo do Alemão tem 17 favelas e em cada uma delas há mais de dez bocas-de-fumo, dá para ter uma noção da alta rentabilidade do tráfico na região. Mas, com tantas bocas, não dá para dizer quanto os traficantes arrecadam mensalmente.

Visitante levou R$1.510a presos em Gericinó

Bem organizadas e detalhadas, as agendas mostram quanto diariamente o “gerente” de um ponto de venda de drogas gasta e devolve ao chefe do tráfico. Na relação diária de despesas, há pagamentos destinados a presos no Complexo Penitenciário de Gericinó e a advogados de detentos. A lista apresenta ainda gastos com cestas básicas, remédios, manutenção e conserto de armas, além de aquisição de armamento pesado e munição.

Somente em julho do ano passado, o “gerente” mandou, por intermédio de uma pessoa que foi fazer uma visita em Gericinó, R$1.510 a cúmplices cumprindo pena no local. Detido em junho do ano passado, o traficante Marcelo Soares de Medeiros, o Marcelo PQD, perdeu um pouco de prestígio na quadrilha. Enquanto comparsas seus presos no complexo penitenciário recebem R$200 por semana, ele ganha R$50. Segundo o delegado titular da DRFA, isso acontece porque PQD, ao ser capturado, perdeu muitas armas, dando grande prejuízo ao bando.

Para despistar a polícia, traficantes adotam um código para se referir às drogas. “Ronaldo” quer dizer pedra de crack; “Maradona”, cocaína; “Super-Homem”, a mesma droga, mais pura; e “moreno”, maconha.

Munição permite a bando sustentar longos tiroteios

Nas anotações, há detalhes sobre a distribuição do armamento. Somente numa boca-de-fumo, traficantes estavam armados com duas metralhadoras .30, 14 pistolas, dois mosquetões, dois fuzis FAL calibre 762, outro G3, um AR-15 e duas escopetas calibre 12. Todas as armas, segundo o delegado Ronaldo de Oliveira, são entregues aos bandidos com munição suficiente para sustentar uma troca de tiros durante um dia inteiro.

FBI Investiga

FBI: alvo são 26 empresas e 1.400 intermediários
O Globo - 25/9/2008

De olho nos altos executivos

WASHINGTON. O FBI (a polícia federal americana) está investigando 26 empresas suspeitas de cometer irregularidades contábeis ou de ter incentivado investidores a comprar ativos garantidos por hipotecas subprime, sem alertá-los do risco. Inicialmente, o FBI anunciou que apenas as agências hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, o banco de investimentos Lehman Brothers e a seguradora American International Group (AIG) estavam na mira da instituição. Além dessas grandes empresas, 1.400 intermediários de crédito imobiliário, incluindo pequenas corretoras e pessoas físicas, também estão sob investigação.

De acordo com o “The Wall Street Journal”, fontes do FBI revelaram que mais de 3.500 casos ligados ao mercado de hipoteca foram investigados desde 2005, com processos em 700 deles. O argumento do FBI, no entanto, é de que o colapso do mercado imobiliário tem raízes mais em práticas de negócios de risco que em fraudes.

Com o avanço do debate sobre o pacote de resgate ao mercado financeiro, aumenta a pressão sobre o FBI e os reguladores para que altos executivos sejam responsabilizados por sua parcela de culpa na crise.

Ao assumir participação em algumas empresas financeiras, no entanto, o governo pode limitar sua capacidade de impor multas aos executivos, dizem legisladores.

A complexidade dos instrumentos financeiros que surgiram nos últimos anos, no entanto, diz o “The Wall Street Journal”, gera dúvidas sobre o tipo de delito que os executivos podem ter cometido e se poderiam ser processados.

— Se alguém manipulou ou falsificou contabilidade, ou fez coisas que não devia fazer, quero que assuma a responsabilidade — disse o presidente do Comitê Judiciário do Senado, senador democrata Vermon Patrick Patrick Leahy, ao diretor do FBI, Robert Mueller, em uma audiência na semana passada.

fraude

Lei 11.638 e Fisco

Em resumo, a partir de agora serão feitos dois balanços, um para efeito fiscal e outro para fins societários em conformidade com as normas internacionais. Para isto será necessário efetuar todos os registros, durante o exercício, no diário e razão ou em livros auxiliares - com base em critérios aceitos pela legislação fiscal - e levantar o balanço fiscal. Em seguida, devem-se efetuar os devidos ajustes para a obtenção das demonstrações contábeis societárias. As disposições de natureza puramente contábil introduzidas pela nova legislação foram feitas visando apenas à internacionalização das normas e não para se obter efeitos fiscais. Mas não se trata de contabilidade informal, será realmente preciso fazer duas contabilidades - uma de efeito meramente fiscal, que não se mistura com o balanço societário. A parte mais difícil, acredito, não será o trabalho dobrado, mas sim mudar a cultura das empresas e dos profissionais da área contábil.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 2)(José Santiago da Luz, auditor e sócio- diretor da RCS Brasil, São Paulo) - Aqui

Créditos de Carbono

Muitas empresas já estão lucrando no mercado de créditos de carbono, que vem ganhando impulso desde 2005. A fabricante de papel Klabin concluiu, em abril, a venda do seu segundo lote de créditos de carbono. A empresa substitui o óleo combustível por gás natural nas caldeiras da fábrica em Piracicaba (SP). A venda dos créditos trouxe receita adicional de 1,5 milhão.

Brasil terá ’superávit ambiental’ em 2050 - ECONOMIA & NEGÓCIOS – SUSTENTABILIDADE - Andrea Vialli - 24 September 2008 - O Estado de São Paulo


No livro de Teoria da Contabilidade, capítulo 4, na parte de exercícios, comentamos sobre a questão do crédito de carbono ser ou não um ativo.

Analistas e Dicas para investimento

Em tempos de os jornais buscam opiniões de especialistas. É possível ler várias delas, sendo comum o conselho “não desespere” ou “não venda” ou “não compre”

Em Analistas dão dicas sobre como enfrentar a turbulência (ECONOMIA & NEGÓCIOS - TURBULÊNCIA GLOBAL – REAÇÕES, 17 September 2008, O Estado de São Paulo) o conselho é:


“O importante é não se desesperar. Houve queda das ações, mas a tendência é a bolsa se recuperar a longo prazo”, orienta Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

A alternativa: fundos de renda fixa e DI, além da caderneta de poupança. Mas “se houver crédito e disponibilidade para rendimento a longo prazo, cerca de três anos, o momento é ideal para comprar as ações, que sofreram fortes quedas.”

Mas em Não compre ou venda ações (ECONOMIA - SEU DINHEIRO, RODRIGO GALLO, 22 September 2008, O Estado de São Paulo)

Em cenário de muitas oscilações, o melhor a fazer é deixar os papéis parados e esperar
Embora o cenário econômico mundial tenha se recuperado na última sexta-feira, após o ‘pacote de contenção de crise’ lançado pelo governo dos Estados Unidos, investir na Bolsa de Valores ainda requer muitos cuidados. Segundo especialistas, este não é o momento adequado para comprar ou vender ações.

Cofins e Escritórios

Os contribuintes saíram totalmente derrotados no desfecho da disputa sobre a cobrança da Cofins das sociedades de profissionais liberais, finalizada ontem no Supremo Tribunal Federal (STF). Além de perder no mérito por um placar de oito votos a dois, os advogados não conseguiram garantir a chamada “modulação” dos efeitos da decisão, segundo a qual a cobrança do tributo passaria a ocorrer apenas a partir da decisão do Supremo. A não-retroatividade da decisão protegeria todos aqueles - entre escritórios de advocacia e de contabilidade e consultórios médicos e odontológicos, entre outros - que haviam deixado de recolher o tributo anteriormente. O Supremo ainda aplicou a lei da repercussão geral ao caso, o que induz os tribunais locais a julgarem as ações sobre o tema imediatamente, levando em conta a nova posição da corte.
O resultado de ontem dá fim a uma das maiores disputas da Fazenda Nacional em andamento no Poder Judiciário, envolvendo 23 mil processos e um passivo de R$ 4,6 bilhões, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). (...)


Escritórios devem pagar Cofins - Legislação & Tributos - 18 September 2008
Valor Econômico – Clique aqui

24 setembro 2008

Rir é o melhor remédio

Mais uma revista que usa e abusa do Photoshop:



Fonte: aqui

A foto a seguir parece que não foi produzida. Mas é difícil de acreditar:

Fonte: aqui

Links

1. Encontro adicional do IASB para discutir Derivativos

2. Aumenta o número de britânicas que querem filhos por inseminação artificial

3. Endereço que defende a pirataria é pirateado

4. Para onde vai o que não é aproveitado na Wikipedia?

Terra


Imagem da Terra. Cada ponto branco é um lixo espacial. Fonte, aqui

Buffett investe


A Berkshire Hathaway, do bilionário Buffett, decidiu investir na The Goldman Sachs Group, uma instituição financeira. Isto num período de crise. Num período de crise, receber investimento de Buffett (5 bilhões) é para comemorar.

O gráfico mostra a cotação da empresa nos últimos seis meses (fonte aqui). O valor é de 115 por ação, abaixo do valor histórico, mas num patamar razoável para os dias atuais.

Segundo esta fonte, as ações subiram 10% após o anúncio.

Preço de um ativo com problemas

O governo dos Estados Unidos decidiu ajudar as instituições financeiras com problemas com um pacote de 700 bilhões de dólares. Mas qual o preço dos ativos? Um valor próximo ao valor de face ou ao valor de mercado atual?

A resposta pode conduzir a valores diferentes e fazer com que o mecanismo de ajuda seja mais ou menos efetivo.

Conforme lembra o Wall Street Journal (How Will Troubled Assets Get Priced?, 23/9/2008, Phil Izzo), em teoria os vendedores devem estar competindo entre si pela ajuda. E isto tenderia reduzir o preço dos ativos, que seria bom para o Tesouro mas com efeitos negativos sobre o valor dos ativos das instituições.

But that all depends on how the banks value their assets for the auction. If banks are too desperate to get the debt off their books, it could drive the price so low that holders of the securities are forced to take even deep write-downs than they have already. At the same time, there’s only likely to be one major buyer — a Treasury Department that has a $700 billion check in its hand earmarked for this bad debt. Paulson and Bernanke told Congress the auction would be structured to encourage the sellers to compete to offer the assets at attractive prices to the government.


Veja aqui também sobre o assunto.

23 setembro 2008

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Links


1. Co-ruminação entre adolescentes pode ser nocivo

2. Uma suposta carta de Paulson pedindo dinheiro ao contribuinte dos EUA Aqui e aqui

3. IAS 40 – Propriedade de investimento (ainda não regulamentado pelo cpc)

4. Resistência ao Iasb Foto

5. Regulação de derivativos

6. Pesquisa sa Universidade da Florida mostou que os homens machistas possuem uma remuneração melhor

Resistência ao Fas 157

Um artigo de Jack Ciesielski (The Pending Fair Value Fracas) discute a possibilidade de uma “moratória” com o Fas 157. Ciesielski diz que o problema não é a norma contábil, mas sim as decisões de investimentos que foram feitas pelas instituições de emprestar dinheiro para pessoas que não podem pagar. A norma só diz o que está ocorrendo, afirma Ciesielski.

A questão é que o valor justo neste momento está revelando estes problemas. Usando uma analogia interessante, Ciesielski afirma que seria como culpar o rapaz que trouxe a encomenda pelo par de sapatos não aquele que você desejava.

Prêmio pelo Nazismo

Estudo mostrou que empresas vinculadas ao partido Nazista tiveram um melhor desempenho no mercado entre janeiro e março de 1933: 7,2% ou 43% em termos anuais, contra 0,2% de empresas não vinculadas. Algo próximo ocorreu na Malásia, durante as crise da Ásia.

Fonte: Aqui

Fisco e Lei 11.638

Regra fiscal para nova Contabilidade será publicada em 15 dias

A Receita Federal acaba de encaminhar à Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda a proposta de medida provisória (MP) que cria o Regime Tributário de Transição (RTT) para neutralizar os impactos da nova Lei Contábil (11.638, de 28 de dezembro de 2007), segundo informou o secretário-adjunto Carlos Alberto Barreto. A previsão é que dentro de 15 dias o texto esteja publicado no Diário Oficial.

Os principais pontos, segundo ele, são as revogações de duas normas da Lei 11.638/2007. A primeira delas criou o livro de apuração do lucro contábil (Laluc). A outra está no parágrafo 7º do artigo 177 da lei e prevê que as mudanças societárias não terão impacto tributário. Além disso, o RTT será prorrogado se não for regulamentado até 2009.

Entre outras normas, a MP prevê que, para a determinação das participações sujeitas à equivalência patrimonial, vale a Lei 11.638/2007. O RTT ainda será estendido para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido e definirá a compensação pela diferença dos tributos e estabelecerá regras de apuração da base de cálculo. A medida provisória também vai estender a opção referente ao Imposto de Renda à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), ao PIS e à COFINS.

A proposta da Receita ainda tem de ser submetida à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) antes de ir à Casa Civil para a assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na estimativa de Barreto, a MP pode ser publicada em aproximadamente 15 dias.

Barreto admitiu que, inicialmente, as consultas realizadas pela Receita revelaram alguma polêmica sobre a revogação do parágrafo 7º do artigo 177. Essa resistência, segundo ele, deixou de existir à medida que os especialistas compreenderam que a MP vai garantir a neutralidade. “A medida provisória define melhor os pontos obscuros da nova lei, dando mais segurança jurídica à empresas e, ao mesmo tempo, preservando a neutralidade tributária”, afirma.

O Valor publicou ontem reportagem revelando opiniões de especialistas alertando para o fato de não ser absoluta a neutralidade fiscal do regime de transição de doações e subvenções e nas hipóteses de prêmios na emissão de debêntures.

Na avaliação de Barreto, a neutralidade do regime de transição está garantida na MP porque já era prevista a tributação nas duas ocorrências relatadas pelos especialistas. Ele ressalta que, em 2007, já incidiam Imposto de Renda-IR (25%) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido-CSLL (9%) sobre esses fatos geradores (ganhos). "Incorporar doações, subvenções e prêmios ao capital e, depois, distribuir esse capital é planejamento tributário. Na sua interpretação, a distribuição de ganhos era e continuará a ser tributada.

De acordo com as explicações do secretário adjunto da Receita, a MP, ao contrário do que afirmam alguns analistas, não cria duas contabilidades. Isso, segundo ele, foi previsto na Lei 11.638/2007, mas será corrigido.

Barreto justifica que a revogação do livro de apuração de lucro contábil vai no sentido da maior transparência e de mais governança nas empresas. A MP, pelo que ele revelou, vai estabelecer que a contabilidade societária poderá ser complementada por meio de ajustes fiscais em livros auxiliares ou do livro de apuração do lucro real (Lalur).

A necessidade de um regime tributário de transição decorre da falta de tempo para regulamentar a Lei 11.638 ainda em 2007. Ela foi assinada em 28 de dezembro, uma sexta-feira.

Para o secretário da Receita, a tramitação do projeto de conversão dessa MP em lei será rápida porque foi tomado o cuidado de ouvir as sugestões de entidades como a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e outras.

Fonte: Valor Econômico
19/09/2008

Enviado por Marcos Cesar (grato)

22 setembro 2008

Links

1) IAS 39 – Reconhecimento e mensuração de Instrumentos financeiros (ainda não regulamentado pelo CPC)

2) Gráfico: a semana que mudou o capitalismo

3) Demonstrativo do valor adicionado - DVA

4) Novatel diz rever o reconhecimento da receita. Depois diz não ser necessário

5) Iasb defende de Valor Justo não é responsável pela crise

6) Lopes de Sá e o Valor Justo (dica Alexandre Alcantara)

Rir é o melhor remédio

Reconhecimento da Receita

Uma nova pesquisa entre executivos de finanças concluiu que o reconhecimento das receitas é uma das questões contábeis atuais mais complexas e arriscadas.


Fonte: Aqui

Observação: O local onde está a pesquisa denomina-se RevenueRecognition. Existe obviamente um viés nos resultados

Observação 2: o Fasb pretende modificar as regras sobre o assunto, reduzindo as normas específicas de setores para um padrão mais geral

Razões para o IFRS ser uma péssima idéia

Baseado em algumas críticas a adoção da IFRS (inclusive a posição de Charles Niemeier) e inspirado em David Letterman, aqui existe uma lista de dez razões para que a adoção da IFRS pelos Estados Unidos é uma idéia horrível. Inicialmente, a SOX representou um custo elevado para empresas. E um grande ganho para as empresas de auditoria. A adoção da IFRS também terá os mesmos problemas. Quais os benefícios? A redução do custo de capital num país que possui um dos menores custos do mundo?

Outro aspecto interessante, a IFRS não é compatível com o estilo de governança dos Estados Unidos, assim como existem problemas de adaptação das regras comerciais ao estilo de regras do IFRS.

Embalagem para enganar ladrões



A foto mostra um novo produto: uma embalagem pintada que confunde o ladrão que deseja roubar seu sanduíche. A imitação de bolor reduz o apetite do amigo do alheio. Fonte: aqui

21 setembro 2008

Rir é o melhor remédio

Num julgamento, o Promotor de Justiça chama sua primeira testemunha, uma velhinha de idade bem avançada. Para começar a construir uma linha de argumentação, o Promotor pergunta à velhinha:

- Dona Genoveva, a senhora me conhece, sabe quem sou eu e o que faço?
- Claro que eu o conheço, Marcos! Eu o conheci bebê. Só chorava, e francamente, você me decepcionou. Você mente, você trai sua mulher, você manipula as pessoas, você espalha boatos e adora fofocas. Você acha que é influente e respeitado na Cidade, quando na realidade você é apenas um coitado. Nem sabe que a filha esta grávida, e pelo que sei, nem ela sabe quem é o pai. Ah, se eu o conheço! Claro que conheço!

O Promotor fica petrificado, incapaz de acreditar no que estava ouvindo. Ele fica mudo, olhando para o Juiz e para os jurados. Sem saber o que fazer, ele aponta para o advogado de defesa e pergunta à velhinha:

- E o advogado de defesa, a senhora o conhece?

A velhinha responde imediatamente:

- O Robertinho? É claro que eu o conheço! Desde criancinha. Eu cuidava dele para a Marina, a mãe dele, pois sempre que o pai dele saia, a mãe ia pra algum outro compromisso. E ele também me decepcionou. É preguiçoso, puritano, alcoólatra e sempre quer dar lição de moral nos outros sem ter nenhuma para ele. Ele não tem nenhum amigo e ainda conseguiu perder quase todos os processos em que atuou. Além de ser traído pela mulher com o mecânico. Com o mecânico!!!!

Neste momento, o Juiz pede que a senhora fique em silêncio, chama o promotor e o advogado perto dele, se debruça na bancada e fala baixinho aos dois:

- Se algum de vocês perguntar a esta velha se ela me conhece, vai sair desta sala preso. Fui claro?

Enviado por Valdelice

19 setembro 2008

Rir é o melhor remédio

A lenda do pequeno garoto holandês que impediu uma catástrofe na cidade. O garoto agora é o banco central dos EUA




Na camiseta: contribuintes
Na pedra: o "livre" mercado



Fonte: Aqui

Links

1) IAS 38 – Ativos intangíveis (em fase de audiência pública pelo CPC (Pronunciamento 04 - em discussão)

2) IAS 36 – Imparidade de ativos (CPC 1)

3) A nova campeã mundial de xadrez: a russa Kosteniuk. Derrotou uma chinesa de 14 anos de idade

4) IAS 37 – Provisões, ativos contingentes e passivos contingentes (não regulamento pelo CPC)

5) Perfil de Daniel Dantas pela The Economist

Novo Teste

Para aqueles que possuem o livro de Teoria da Contabilidade, aqui um novo teste. Tema: Capítulo 4.

Propaganda antiga de Marlboro


Propaganda antiga de Marlboro para mães

Fonte: Aqui

Crise e Contabilidade

Os problemas econômicos estão sendo associados a mensuração contábil. A revista The Economist da semana um texto sobre a crise e contabilidade (vide aqui para texto completo. E aqui também). O texto inicia com uma evidência do problema:

A contabilidade tem despertado controvérsia que até John McCain, um homem que não é conhecido pelo seus interesses em balanços patrimoniais, tem uma opinião. O candidato republicado para a presidência dos Estados Unidos pensa que regras sobre valor justo pode ter “exarcebardo a críse do crédito”. Sua voz é parte do coro de críticas contra a contabilidade com marcação-a-mercado, que força bancos a avaliar ativos pelo preço estimado que teria se fossem vendidos agora, mais do que custo histórico.


Posteriormente, o texto apresenta os atores, favoráveis ou contrários a mensuração a valor justo. A controvérsia, segundo o texto, passa por três pontos.

1) A questão do ciclo econômico - o valor justo força a contabilidade a reconhecer perdas ao mesmo tempo. Na contabilidade tradicional este reconhecimento é feito lentamente. Nesta discussão, o sistema espanhol (que foi objeto de estudo acadêmico no Brasil por Antonio Augusto de Sá Freire Filho) que exige que o banco faça uma provisão extra para perdas nos bons tempos é admirado.

2) O valor da iliquidez dos ativos - Para alguns bancos, os ativos com baixa liquidez são relevantes e encontrar um método adequado de avaliação é difícil. A melhor resposta, segundo a The Economist, seria evidenciação para que os investidores tenham sua opinião.

3) A inconsistência das regras do valor justo - diferentes bancos podem ter o mesmo ativo com diferentes valores, conforme for sua intenção de negociar ou não o ativo. O gráfico mostra isto ao apresentar o percentual de ativos avaliados a valor justo para diferentes instituições.

Crise e Contabilidade

The crisis and fair-value accounting.
Economist Staff, The Economist
September 18, 2008

SO CONTROVERSIAL has accounting become that even John McCain, a man not known for his interest in balance sheets, has an opinion. The Republican candidate for the American presidency thinks that "fair value" rules may be "exacerbating the credit crunch". His voice is part of a chorus of criticism against mark-to-market accounting, which forces banks to value assets at the estimated price they would fetch if sold now, rather than at historic cost. Some fear that accounting dogma has caused a cycle of falling asset prices and forced sales that endangers financial stability. The fate of Lehman Brothers and American International Group will have strengthened their conviction.

In response America's Financial Accounting Standards Board (FASB), and the London-based International Accounting Standards Board (IASB) have not budged an inch. So, for example, banks will have to mark their securities to the prices Lehman receives as it is liquidated. The two accounting bodies already act cheek by jowl, and America will probably soon adopt international rules. Are they guilty of obstinately pursuing an abstract goal that is causing mayhem in financial markets?

Banks' initial attack on fair value was self-serving. In April the Institute of International Finance (IIF), a lobbying group, sent a confidential memorandum to the two standard-setters. This said it was "obvious" markets had failed and that companies should be allowed to suspend fair value for "sound" assets that had suffered "undue valuation". Even at the time this stance lacked credibility; Goldman Sachs resigned from the IIF in protest at "Alice in Wonderland accounting". Today it is abundantly clear that those revelations were not a figment of accountants' imagination. For example, in July Merrill Lynch sold a big structured-credit portfolio at 22% of its face value—less than what was entered on its balance sheet. Bob Herz, FASB's chairman, argues that fair value is "essential to provide transparency" for investors.

Yet not all criticism of fair value can be so easily dismissed. The credit crunch has raised three genuinely awkward questions. The first of these concerns "procyclicality". Bankers say that in a downturn fair-value accounting forces them all to recognise losses at the same time, impairing their capital and triggering firesales of assets, which in turn drives prices and valuations down even more. Under traditional accounting, losses hit the books far more slowly. Some admire Spain's system, which requires banks to make extra provision for losses in good times, so that when loans turn sour their profits and thus capital fall by less.

It is too soon to know if prices exaggerate the ultimate losses on credit products. Some people argue that swift write-downs in fact help to re-establish stability: Yoshimi Watanabe, Japan's minister for financial services, says Japanese banks exacerbated their country's economic woes by "avoiding ever facing up to losses". But the principle defence of standard-setters is that enhancing financial stability is not the purpose of accounting.

Over to the regulators

In other words, if procyclicality is a problem, it is someone else's. Already central banks have relaxed their rules on what they will accept from banks as collateral, which has helped to support the prices of risky assets. And the mayhem in the swaps market has shown the importance of on-exchange trading, so that trading remains orderly in times of stress.

Ultimately, though, responsibility for interposing a circuit-breaker between market prices and banks' capital adequacy falls on bank regulators, not accountants. They are already examining "countercyclical" regimes, which would force banks to save more capital in years of plenty. They could go further by suspending capital rules during times of stress if they think asset prices have overreacted. Europe's national regulators already use some discretion when defining capital adequacy. There is a precedent in pension regulation, where corporate schemes are marked to market but the cash payments companies make to keep them solvent are smoothed over time. Banks' financial statements could be modified to show assets at cost as well as fair value, so that if regulators or investors wanted to use traditional accounting to form a view, they could.

Even if they leave procyclicality to bank regulators, standard-setters still have a lot on their plates. The second — and immediate—question is how to value illiquid (and sometimes unique) assets. A common solution is to use banks' own models. But some investors are concerned that this gives banks' managers too much discretion — and no wonder, because highly illiquid (or "Level 3") assets are worryingly large relative to many banks' shrunken market values. Such is the complexity of many such assets that it may not be possible to find a generally acceptable method. The best answer is to disclose enough to allow investors to form their own views. This week IASB gave new guidance which should help in this regard.

The third problem is a longer-term one: the inconsistency of fair-value rules. Today the treatment of a financial asset is determined by the intention of the company. If it is to be traded actively, its market value must be used. If it is only "available for sale" it is marked to market on the balance sheet, but losses are not recognised in the income statement. If it is to be "held to maturity", or is a traditional loan, it can be carried at cost, subject to impairment. This is a dog's breakfast. Different banks can hold the same asset at different values. According to Fitch, a ratings agency, at the end of 2007, Western banks carried about half of their assets at fair value, but the dispersion was wide: from 86% at Goldman Sachs to 27% at Bank of America (see chart).

The obvious solution is to use fair value for all financial assets and liabilities. This is exactly what both FASB and IASB propose. In parallel they want to clean up the income statement, so that changes in the value of assets or liabilities are separated clearly from recurring revenues and costs.

For low-risk banks, this would make little difference: both HSBC and Santander report that the fair value of their loan books is slightly above their carrying value. But it could mean big losses for riskier institutions. When Bank of America bought Countrywide, a big mortgage lender, it was forced, under another quirk, to mark its troubled acquisition's loans at fair value, wiping out Countrywide's equity. Bankers are therefore likely to resist the idea of fair value for loans fiercely: one executive calls it "lunacy". Here standard setters' quest for intellectual consistency will run into a political quagmire.

Marks out of ten

Has accounting had a good credit crunch? The last year has shown that standard-setters are now truly independent and focused on investors' needs rather than the wishes of management, regulators and the taxman. Reforms to IASB's governance should bolster this independence. That is to be welcomed. For all fair value's flaws, banks ought not to have licence to carry their dodgy credit exposures at cost.
At the same time the fair-value revolution is incomplete. Regulators may need to abandon the traditional, mechanistic link between accounting and capital adequacy rules if they really want to try to fight banking crises. That is no bad thing either. Investors and regulators should be able to share a market-based language to describe financial problems, even if they disagree about what needs to be done.

Crise

Nassim Taleb é um instigante crítico dos modelos econométricos e financeiros. Em 2006 fez a afirmação de que o apio a Fannie Mãe era igual a estar sentado sobre um barril de dinamite.

Sua obra recente, Black Swans, é sobre a existência de eventos improváveis e como os modelos deixam de lado (ou não sabem lidar) com os mesmos. O gráfico mostra um exemplo deste tipo de evento: o lucro líquido de 1000 instituições financeiras



Black Swans diz respeito a lenda de que todo cisne era branco. Isto foi uma verdade absoluta até a descoberta de espécies da cor negra.

Mais sobre Taleb, aqui

Neuroeconomia

Em Neuroeconomics: a Sober (but hopeful) appraisal Douglas Bernheim faz uma análise da neuroeconomia, examinando seu potencial para resolver questões econômicas tradicionais. O autor acredita que o campo pode contribuir com a economia de muitas formas.

Beta negativo?

Enquanto o Mercado está em crise, notícias indicam que peças de Damien Hirst devem ser leiloadas por um valor recorde. Seria um exemplo de beta negativo?
Fonte: Aqui

Exemplo interessante

A U.S. Energy Corp. tem uma capitalização de 54 milhões de dólares e possui 70 milhões em caixa e equivalents. Como a dívida é de 14 milhões, isto significa um valor de Mercado da empresa de 20 milhões, negativos. Faz sentido?
Fonte: Cash Is King?

Quando o Brasil é notícia?



B = Brasil x Gana
F = EUA x Brasil na medalha de ouro

REsposta: Quando jogamos futebol.

18 setembro 2008

Rir é o melhor remédio

Manchester United Antes




O novo patrocinador do Manchester United



Vide também aqui

Links

1) “Contabilidade não é a causa da crise de crédito, mas é importante que os participantes no mercado tenham confiança nas informações apresentadas nas demonstrações financeiras.” A reação do Iasb a crise financeira mundial

2) Uma reposta a críticas de Niemeier sobre o Iasb

3) Um gráfico mostrando que perdeu mais na crise

4) AIG – TBTF – Too Big to Fail – Muito grande para falir

5) AIG em números

6) SEC e a aquisição Lehman Brothers

7) Texto publicado em 1998 na Scientific American comentava a necessidade de calcular o risco

8) Texto publicado em 1999 na Scientific American comentava o uso de fractais para explicar Wall Street

Crítica ao IFRS

O respeitado autor de contabilidade Shyam Sunder (SEC mandate invites monopoly, Financial Times) faz uma crítica a adoção do IFRS pelos Estados Unidos. Sunder questiona a razão de existir um monopólio na determinação de regras contábeis.

Além disto, as normas do IFRS possuem os seguintes problemas:

a) por ser baseado em princípios, mas sem uma força na execução, permite espaço para diversidade e redução na comparabilidade
b) a SEC identifica como razão para optar pelo IFRS em decorrência de “elevada qualidade”. Entretanto, a SEC não esclarece o que significa isto
c) Ficará mais difícil a existencia de tratamentos alternativos e a experimentação contábil. [Isto não seria um freio para as inovações?]
d) A substancia econômica dos negócios depende de questões jurídicas, comerciais, de mercado, de governança e de gestão ambiental. Imaginar que as normas internacionais irão permitir maior comparabilidade é um sonho. Sunder lembra que alguns países adotaram o IFRS mas usam suas interpretações próprias.
e) Ao contrário das medidas físicas, o comportamento das empresas mudam com as alterações nas normas contábeis. Neste caso, a contabilidade assemelha-se mais a metáfora das línguas do que das medidas físicas. E o esperando é um exemplo de fracasso na adoção de um padrão internacional.

Uma análise lúcida sobre o assunto.

Sunder é autor do excelente livro Theory of Accounting and Control

Regulamentação e IFRS

Regulamentação ruma para padrão internacional
Gazeta do Povo - 14/9/2008

Pouco a pouco, a contabilidade brasileira vai caminhar para um padrão internacional. Já a partir de 2010, todas as companhias com registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deverão publicar suas informações financeiras segundo as normas internacionais de contabilidade, os IFRS (do inglês, Internacional Financial Reporting Standards).

A determinação da CVM ocorreu antes da sanção da lei 11.638, válida para todas as companhias brasileiras, mas a verdade é que as duas normas guardam entre si uma forte ligação. A lei não determina a adoção dos IFRS, mas grande parte das alterações que ela faz na legislação societária brasileira foram importadas das normas internacionais. Com isso, mesmo as companhias fechadas, sem registro na CVM, devem incorporar alguns princípios da contabilidade internacional já a partir deste ano.

O objetivo da adoção dos IFRS é bastante simples: fazer com que as contas de uma empresa brasileira sejam apresentadas numa linguagem internacional, compreensível por investidores, bancos e empresas de todo o mundo. Ao falar o mesmo idioma contábil que é praticado lá fora, as empresas brasileiras poderão ter sua saúde financeira facilmente comparada com suas congêneres no exterior. Isso é extremamente positivo, pois torna mais fácil para investidores externos a decisão de fazer aportes em companhias nacionais.

Atualmente, mais de uma centena de países adotam os IFRS, incluindo os membros da União Européia, que migraram para este padrão em 2005. Os Estados Unidos devem manter o próprio padrão, o US Gaap, e não dão sinais de que vão adotar o IFRS.

Embora a determinação da CVM valha somente para os balanços apresentados de 2010 em diante, especialistas no assunto alertam para o fato de que a migração não é das mais simples. Além disso, o balanço de 2010 precisa ser comparado com o do ano anterior. Neste caso, embora as demonstrações financeiras de 2009 possam ser apresentadas no padrão atual, será necessário convertê-las para as normas internacionais para efeitos de comparação com 2010. No Brasil, empresas como a Gerdau já estão se adequando aos IFRS, conta o sócio da Ernst & Young, José Ricardo de Oliveira. “O dilema dessas empresas de capital aberto é o seguinte: será que não vale a pena iniciar isso já, para fazer tudo e fazer bem feito?”

Efeito cascata

A expectativa é que, com o passar dos anos, as determinações que hoje só valem para companhias de grande porte, com ações negociadas em bolsa, sejam incorporadas por empresas menores, numa espécie de efeito cascata. “Os bancos praticamente exigirão isso. Eles querem financiar uma empresa que tenha boas demonstrações contábeis”, exemplifica Jaime Cervatti, da KPMG. “Quanto mais transparentes e consistentes forem as demonstrações financeiras dessas empresas – especialmente mostrando uma tendência de desempenho, seguindo um padrão internacional – menores serão os riscos dos bancos que estiverem financiando essas empresas”, completa Oliveira.

Mas é no seio das próprias empresas que a migração para as normas internacionais deve começar. Além da esperada facilidade na captação de investimentos, as empresas que planejam crescer e inclusive abrir o capital no futuro devem adotar os novos padrões o quanto antes. Para abrir o capital, diz o sócio da KPMG em Curitiba, a empresa deve estar praticando as normas contábeis vigentes há, pelo menos, três anos. “Você é pequeno hoje, mas se você tentar abrir o capital no futuro vai ter que refazer um passado inteiro, e talvez perca o timing dessa abertura. O melhor é começar antes.”

Regu

Lei 11.638

Balanços de 2008 já devem seguir nova lei
14/09/2008
Gazeta do Povo

Uma das primeiras modificações da lei 11.638 foi estender para outros tipos de empresas, como as limitadas, regras que eram válidas somente para sociedades anônimas. “A partir de agora, nós temos um conjunto mais robusto de normas que devem ser seguidas por todas as empresas que tenham uma contabilidade formal e legal”, avalia o sócio da Ernst & Young, Marcos Quintanilha. As demonstrações referentes ao ano de 2008 já devem ser apresentadas de acordo com as novas determinações.
Este grupo mais “robusto” de normas, explica Quintanilha, não é conflitante com outras regras definidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – dois órgãos que também são responsáveis por normatizar a contabilidade. As mudanças abordam aspectos mais simples do universo contábil – como câmbio e fluxo de caixa – e outros um tanto áridos, como a “redução ao valor recuperável de ativos”.

Este tópico estabelece que as empresas devem contabilizar um ativo de acordo com o valor que pode ser recuperado com ele. O valor de uma máquina, por exemplo, será descrito no balanço de acordo com o lucro que pode proporcionar, ou de acordo com o que o mercado pagaria por ela – e não mais pelo valor pago. “A contabilidade deixa de olhar para o passado e passa a estar no dia-a-dia da empresa, registrando fatos ocorridos e previsões futuras”, diz o sócio da KPMG, Jaime Cervatti.
O texto da lei apresenta as mudanças, mas não determina como as empresas deverão segui-las. “Como toda lei, ela não é extensiva sobre como aplicar determinado procedimento. Ela menciona um breve resumo do conceito e, no fim de tudo, diz que os órgãos reguladores brasileiros iriam emitir normas detalhadas para aplicação daquelas modificações”, diz Quintanilha.

Esta regulamentação da lei está a cargo do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), um órgão formado por diversas entidades, como o Conselho Federal de Contabilidade, a Federação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), da Universidade de São Paulo, e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), entre outras.
Faltando três meses para o fim do ano, o CPC emitiu apenas três pronunciamentos, dentre 10 a 12 pontos que foram modificados na contabilidade brasileira com a nova lei. Alguns itens que ainda precisam de regulamentação causam polêmica entre profissionais do setor, como é o caso da demonstração de ativos intangíveis – como a mensuração do valor de uma marca ou do “capital intelectual” de uma empresa. “A lei saiu com quatro páginas, mudando tópicos que podem render, sozinhos, livros de 500 páginas. Os órgãos de classe estão se movimentando [para compreender as normas e se adequar a elas], mas não podem ser mais rápidos que os pronunciamentos dos próprios órgãos reguladores”, diz Cervatti.

Há ainda a questão das subvenções governamentais e incentivos fiscais, que podem ter efeito no valor dos impostos a pagar pelas empresas. Até o momento, estes itens não eram contabilizados no resultado da empresa. “A nova lei diz que os incentivos passarão para o resultado, e aí o Fisco tem que se pronunciar sobre a tributação ou não-tributação do incentivo que passou para o resultado da companhia”, explica Cervatti. Segundo ele, o assunto está em estudo no governo.

Frase

"Uma coisa sobre contabilidade é que o passivo é quase sempre 100% bom. Os ativos que nos preocupam”


Vice-chairman da Berkshire Hathaway, Charlie Munger, sobre derivativos, quando a empresa comprou a General Re, em 1998
Fonte: Aqui

Uma possível explicação para os problemas: o Board


Em Where Was Lehman’s Board? Dennis K. Berman analisa o board do Lehman:

Nine of them are retired. Four of them are over 75 years old. One is a theater producer, another a former Navy admiral. Only two have direct experience in the financial-services industry.
(…) The board’s members include John Macomber, 80 years old, a former McKinsey & Co. consultant and chief executive of chemical-maker Celanese Corp; John Akers, 74, former IBM chief; Thomas A. Cruikshank, 77, chief executive of Halliburton Co. prior to Vice President Dick Cheney; and Henry Kaufman, 81. In the 1970s and ’80s, Kaufman, the chief economist at Salomon Brothers, was known as “Dr. Doom” for his bearish views on the U.S. economy. Ironically, in April, Mr. Kaufman termed the credit crisis a “global calamity” and criticized the Federal Reserve for “providing only tepid oversight of commercial banking.”
Other current members include: Sir Christopher Gent, 60, the one-time chief of mobile-phone company Vodafone PLC; theater producer Roger S. Berlind, 75; former Telemundo Chief Executive Roland Hernandez, 50; Michael Ainslie, 64, former chief executive of Sotheby’s Holdings; Marsha Johnson Evans, 61, one-time head of the Red Cross and a former Navy rear admiral.
Until 2006, Lehman’s board included Dina Merrill, the 83-year-old actress once featured in the old Katharine Hepburn movie “Desk Set,” as well as “Caddyshack II.”
How much was Lehman’s board monitoring the company’s on-going risk as it began accumulating its portfolio of real-estate assets and securities? In both 2006 and 2007, the risk committee of Lehman’s board met twice each year, according to Lehman’s SEC filings.


Isto lembra um capítulo de um livro de Damodaran, onde ele detalha o currículo dos membros do board da Disney. A qualidade do Board é importante para a qualidade das decisões da empresa.

Custo da demissão de um empregado


Fonte: Aqui

IASB nos Estados Unidos

David Albrecht (em Does it pass the smell test?) pergunta sobre a adoção das normas internacionais nos Estados Unidos:

Por que agora? Por que tão rápido?


Mais adiante ele compara o Iasb com o Fasb:

Primeiro, o IFRS foi criado para tornar mais fácil as empresas obterem mais capital além das suas fronteiras. IFRS não tem por finalidade ajudar os investidores a decidirem, ele tem por itenção ajudar as empresas a obter capital. Segundo, o IFRS permite que empresas usem o julgamento para relatar os resultados de suas operações. Investidores não estão seguros em saber que todas empresas seguem o IFRS da mesma maneira. Terceiro, muito menos dinheiro foi investido na criação do IFRS. Existe um adágio que lembra “voce tem o que você pagou”.


Esta terceira questão é interessante e importante. Alguém já fez um comparativo entre o orçamento do Iasb e o orçamento do Fasb? (Se sim, peço encaminhar os dados paro blog).

David usa uma comparação feita por Robert E. Jensen, crítico do Iasb:

Muitas das nações, especialmente na Europa, que adoptaram o IFRS não têm fortes mercados de capital em razão da sua tradição histórica de mobilização de capital social por meio de bancos, em vez de os investidores individuais de compra e venda de ações ordinárias. A protecção dos investidores não teve a mesma prioridade para essas nações, tal como ocorre nos E.U. (...) A questão de fundo é que as IFRS é um conjunto mais fraco do (...) que as atuais normas de contabilidade do FASB, nos Estados Unidos.


A seguir lembra a razão da pressão das empresas de auditoria pela adoção da IFRS: dinheiro. Existe hoje uma pressão destas empresas para substituir Charlie Niemeier do PCAOB em razão da sua oposição ao Iasb.

No Brasil não tivemos esta discussão. Será vantagem nossa?