(...) E Carmen [Miranda] adaptou-se a muitas submissões da música brasileira aos estilos cubanos, mais conhecidos dos norte-americanos (aliás, Exequiela, são poucos no Brasil que, poucas vezes, usam o termo “estadunidense”, e eu entendo: é feia essa palavra: o sumiço do plural de “estados” me causa desconforto, para só dizer o mínimo; e na verdade “americano” quer, no mais das vezes, dizer “relativo aos Estados Unidos da América”, que, indo mais longe do que no caso da África do Sul, é o único país cujos colonizadores não sentiram necessidade de nomear, tomando o nome do continente para si, como se dissessem: “América é onde chegamos, o resto é nada” - e é a partir disso que se comporta a língua ao redor desse conceito; acho natural e saudável que tentemos reagir a isso, mas “estadunidense” não é uma boa solução - nem “estados unidos” é propriamente um nome: o nome é América, “estados unidos” equivale a “república federativa” ou a qualquer outra designação genérica - e, de fato, o México é Estados Unidos do México e o Brasil foi, até pouco tempo, Estados Unidos do Brasil; quando aceitamos o equívoco termo “americano” como significando “dos Estados Unidos”, ou mesmo “norte-americano” (já que este se aplicaria igualmente ao México e ao Canadá), estamos apenas usando uma palavra pelo que ela mais freqüentemente significa: resistirmos a isso não mostra mais nossas forças do que nossas fraquezas).
O cantor da rude sutileza
Caetano Veloso - 24/08/2008
O Estado de São Paulo
26 agosto 2008
Norte-Americano, Estadunidense ou Americano
Sempre tive dificuldade em nomear a pessoa que nasce nos Estados Unidos. Não gosto de americano, por razões óbvias (não são somente eles os americanos). Norte-americano também não resolve. Estadunidense pode ser uma solução. Não para um compositor famoso:
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Creio que “estadunidense” seja a solução. O nome oficial dos EUA é Estados Unidos da América e o nome curto, Estados Unidos. A preposição “DA” indica que alguma coisa pertence à América. A América portanto continua sendo um continente mesmo no nome oficial dos EUA.
ResponderExcluirQuando os EUA se tornaram independentes eles se tornaram como 13 países (estados) que resolveram se juntar, posteriormente, para se defender da Inglaterra já que esta não reconheceu a independência de suas ex-colônias e representava uma ameaça.
Portanto o nome EUA traz uma história são as “nações da América (continente) que resolveram se unir e formar uma só nação”.
Como os EUA foram a primeira nação da América a se tornar independente ela serviu de inspiração para as demais que a copiaram e daí surgiram certas aberrações como “Estados Unidos do Brasil” e “Estados Unidos do México”, esses dois países não são resultado da união de nações independentes, ambos nasceram como estados unitários e adotaram o federalismo depois.
Mesmo República Federativa do Brasil é uma cópia do nome grande dos EUA, sem nenhuma necessidade já que, ser república e federativa são apenas forma de se administrar um estado, formas que poderia ser outra.
Então o nome curto dos EUA é Estados Unidos, nome próprio e escrito em letras maiúsculas ao contrário se não o fosse seria escrito em minúsculas como bem observou o próprio Caetano Veloso.
Já que o nome oficial é Estados Unidos da América o adjetivo deveria ser “estadunidense da América” ou “estadunidense americano”, como o nome curto é Estados Unidos, nada mais natural que o nome curto seja “estadunidense”.