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06 agosto 2008

Caixa na Apple

Um texto do Valor Econômico mostra a questão da razão de se manter dinheiro em caixa (vide Administração do Capital de Giro, Atlas, São Paulo) e também permite estudar a receita antecipada, um conceito da disciplina de contabilidade introdutória.

Os acionistas da Apple não têm muito do que se queixar, já que o preço da ação da companhia acumula uma valorização de 1.474% desde 2003. Mas se existe alguma reclamação, ela se refere à recusa da companhia em fazer qualquer coisa com os US$ 20,8 bilhões em dinheiro e investimentos de curto prazo que tem guardado. O dinheiro fica lá, rendendo pouco mais que uma conta poupança. "Nossa preferência é por manter um balanço patrimonial forte para preservar nossa flexibilidade", disse este ano a investidores o diretor financeiro da companhia, Peter Oppenheimer.

E a Apple vai ficar ainda mais flexível. Embora a empresa esteja acrescentando à conta cerca de US$ 1 bilhão em dinheiro todos os trimestres, analistas prevêem que o tesouro da companhia poderá crescer para quase US$ 30 bilhões no próximo anos, por causa das vendas vigorosas de computadores, iPods e iPhones. A empresa poderá muito bem superar a Microsoft, que tem US$ 23,7 bilhões em caixa.

"A Apple poderá ter US$ 40 bilhões no banco em dois anos", afirma o analista Gene Munster, do banco de investimento Piper Jaffray.

Esse grande acúmulo pode não ser óbvio para os investidores. Um dos motivos é a maneira como a Apple contabiliza das vendas do iPhone. A empresa lança na contabilidade a receita de cada iPhone sobre 24 meses porque os telefones são vendidos como parte de uma assinatura da AT&T e de outras companhias de telecomunicações. Mas a Apple recebe todo o dinheiro assim que um iPhone é comprado, de modo que ele entra no balanço bem antes das receitas aparecerem. Um segundo motivo é que a Apple parece estar conseguindo mais por iPhone vendido que os analistas esperavam. A AT&T e outras operadoras cobram dos clientes US$ 200 pelo modelo de entrada, mas alguns analistas estimam que as companhias de telecomunicações pagam entre US$ 500 e US$ 600 à Apple por telefone, pelo direito de cobrar taxas de serviços lucrativas dos usuários. (...)

Dinheiro no colchão cria oportunidades para a Apple
Valor Econômico - 06/08/2008 (Grifo meu)

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