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30 julho 2008

Siemens e ex-executivos

Qual a reação de uma empresa diante da denúncia de corrupção dos seus ex-executivos. A Siemens pretende evitar uma associação negativa com casos de corrupção.

Siemens trabalha para gerar imagem mais enxuta e limpa
Por Nicola Leske e Jens Hack
Reuters Focus - 29/07/2008

FRANKFURT/MUNIQUE, 29 de julho (Reuters) - A Siemens exigiu nesta terça-feira que ex-executivos arquem com os custos de um escândalo de suborno e encontrou um investidor para uma problemática subsidiária de telecomunicações que vem tentando vender há dois anos.

Os passos demonstram que Peter Loescher está limpando a confusão deixada no grupo alemão de engenharia abalado por diversos escândalos, um ano depois de assumir como presidente-executivo.

O conselho supervisor aprovou a decisão de buscar ressarcimento por danos junto a 11 antigos integrantes do conselho, entre os quais Heinrich von Pierer, que era presidente do conselho, e o antigo presidente-executivo Klaus Kleinfeld, por não terem agido para deter práticas ilegais e subornos.

Von Pierer e Kleinfeld renunciaram no ano passado depois de uma das maiores investigações sobre suborno na história das grandes empresas alemãs. Eles não foram acusados de quaisquer crimes e não admitiram quaisquer delitos.

Von Pierer, um baluarte do mundo dos negócios visto no passado como possível candidato à presidência da Alemanha, caiu em desgraça e continua caindo. Em maio, ele deixou seu posto no conselho do Deutsche Bank, uma das últimas posições de destaque que ele ainda detinha.

Kleinfeld conseguiu se recuperar e foi eleito como presidente-executivo do grupo de alumínio Alcoa , em maio.

A Siemens disse que romperá seus elos com os ex-dirigentes, mas lhes oferecerá a chance de se defender, diante das acusações, antes de recorrer à Justiça em busca de indenização.

A Siemens está enfrentando alegações de corrupção em diversas frentes, enquanto promotores na Alemanha e no exterior investigam para determinar se ela pagou 1,9 bilhão de euros em subornos para conquistar contratos.

A indicação de Loescher, um austríaco que não esteve envolvido em escândalos, marca um esforço da Siemens para deixar para seu trás seu passado maculado e recuperar a imagem hoje negativa de uma empresa que já foi ícone do setor industrial.

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