Até a temporada do ano passado seria impossível que os times da Fórmula-1 errassem a escolha dos pneus, como aconteceu domingo passado com Ferrari e Renault, que preferiram sair com os intermediários desgastados. Se estivéssemos em 2007, todos teriam feito a mesma aposta de Honda e Williams, que calçaram os pneus “extreme”, feitos para enfrentar aguaceiros.
Os erros se deveram, em ultima instância, à política de cortar custos, de baratear a temporada. A não ser as equipes independentes, todas as outras contavam com suas próprias equipes de previsão do tempo. In loco. Iam a todas corridas, dispunham de equipamentos sofisticados e, desde 15 minutos antes da largada, sobrevoavam os arredores dos circuitos.
Tinham helicópteros e radares de última geração. Sobrevoavam as nuvens pesadas e estudavam a direção dos ventos para indicar aos estrategistas, nos boxes, se iria chover, quando e por quanto tempo. Com toda essa estrutura (cara, é verdade) os erros ficavam perto de zero.
Quando Max Mosley começou a pressionar para que cortassem custos, a primeira coisa que veio à cabeça dos chefões foi dispensar os que pareciam menos importantes. Sobrou para os meteorologistas. Os times se juntaram e, com anuência da Federação Internacional e de Bernie Ecclestone, decidiram receber, na base do rateio, os mapas do tempo da Meteo France. O serviço, antes personalizado, passou a vir em boletim distribuído pela internet. A margem de erro é bem maior. Como se viu em Silverstone já são muitos aqueles que, como Ross Brawn e Patrick Head, não levam muita fé no que recebem. Para Ferrari e Renault o barato saiu caro. Apostaram que a chuva iria parar e mantiveram os pneus desgastados.
O barato saiu caro
O Globo - 10/07/2008 - p. 34
10 julho 2008
Cortando custos
Uma notícia interessante do jornal O Globo mostra como decisão de cortar custos pode ser crucial (e fatal) para uma empresa.
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