As empresas brasileiras de capital aberto estão bem preparadas para a adaptação ao IFRS (International Financial Reporting Standards), novo modelo contábil a que terão de aderir até 2010. A avaliação é de Nelson Carvalho, presidente do conselho consultivo do IASB (International Accouting Standards Board), órgão que publica e atualiza as normas de contabilidade mundiais. "Fazendo uma comparação, podemos dizer que temos um novo avião, com novos passageiros e um novo aeroporto onde ele chegará. O ambiente dessa recepção é favorável, mesmo que possam aparecer algumas daquelas bandeirinhas da pista com sinalizações de alerta", brincou ontem, durante palestra em evento organizado pela Febraban para discutir auditoria.
Carvalho enumerou os principais desafios a que estão sendo submetidas as companhias e profissionais envolvidos no processo de transição às normas.
O primeiro, segundo o executivo, refere-se à capacidade de fazer projeções mais seguras sobre o desempenho das companhias. "O primeiro choque das empresas foi esse. Afinal, estávamos acostumados à verdade imprópria de acreditar que o correto era que os balanços trouxessem um retrato do passado", exemplificou.
Outro desafio relacionado à implementação do IFRS no País, segundo Carvalho, está ligado à sua estrutura conceitual, que consagra a adoção de princípios. "Advogados, acostumados ao direito codificado e formal, já estão percebendo isso", diz. "Contadores e profissionais de auditoria, também por natureza conservadores, também terão de adaptar-se. O IFRS decretará a morte definitiva da expressão meramente contábil", citou o membro do IASB.
IFRS puro
O principal desafio de CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) -- órgãos que têm centralizado a divulgação de documentos para regular as novas normas no Brasil - é fazer com que a adoção do IFRS aconteça sem que o modelo sofra muitas modificações do original. "Esse tipo de adaptação, que poderia descaracterizar o documento do IASB, criaria o pior dos mundos. Seria o equivalente a aderir o esperanto, um idioma mundial que ninguém fala", criticou Carvalho.
Alguns outros países latino-americanos também estão em pleno processo de conversão contábil e têm intenção de preservar o conteúdo original das normas publicadas pelo IASB. É o caso do Chile, cujas empresas listadas em bolsa terão de divulgar os balanços consolidados formatados em IFRS já em 2009. "O processo é o desfecho natural de uma economia é completamente aberta e integrada à globalização. Fusões e aquisições serão cada vez mais comuns. O IFRS melhora esse ambiente", exemplificou o sócio da Deloitte no Chile, Oscar Bize.
Para Carvalho, País está pronto para aderir ao IFRS
Gazeta Mercantil - 14/5/2008
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Seria incorreto dizer que após a Lei 11.638/07 e a Instrução 469/08 da CVM a adoção das IFRS no Brasil já começou? Inclusive nas ITRs publicadas na Bovespa?
ResponderExcluirAbraços,
Marcos Coelho
Na minha opinião, sim. O marco seria a Lei 11.638.
ResponderExcluirCésar
Para Carvalho, País está pronto para aderir ao IFRS. E as empresas e contadores do Brasil, também estão preparados para implantar o IFRS?
ResponderExcluirDe uma maneira geral, não.
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