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09 abril 2008
Incêndio para destruir provas
Quatro suspeitos do incêndio na Prefeitura
Paulo Henrique Lobato
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 9/4/2008
Fraude com dinheiro público está por trás do incêndio que destruiu, quinta-feira, parte do prédio da Prefeitura de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, transformando em cinzas centenas de documentos. A Polícia Civil desvendou o misterioso crime e apresentou ontem quatro suspeitos. As chamas tentaram esconder um prejuízo aos cofres públicos, esvaziado por um inocente serviço de fotocópias. A polícia não sabe ainda qual o tamanho do rombo.
Segundo a polícia, o servidor José Alberto Paulo Diniz, de 37 anos, falsificava pedidos de fotocópias da prefeitura e os entregava ao irmão, Antônio Eduardo Carlos Júnior, de 33, empregado de uma empresa que presta o serviço de xerox para o município. Eles descobriram que a administração faria uma auditoria em vários setores e decidiram pôr fogo em parte do prédio, para destruir provas que poderiam incriminá-los.
cópias. Numa das notas, a polícia constatou que o pedido oficial era de 50 cópias, mas a solicitação foi alterada para 28,5 mil. Na hipótese de a fotocópia ser R$ 0,10, por exemplo, o pedido oficial custaria R$ 5, mas a modificação elevou o preço para R$ 2,8 mil. Como o serviço também era aberto ao público, a dupla ficava com a diferença, que era coberta pela prefeitura por meio do pedido falso.
O receio da descoberta levou os irmãos a chamar Tiago Henrique Nascimento, de 20, e Danilo Alisson Vieira Caetano, de 21, para ajudá-los a consumir com as provas. Em troca, receberam R$ 2 mil. "Dois deles, com capuzes e camisas pretas, renderam o vigia, que foi amarrado, enquanto os outros puseram fogo no prédio.
Os irmãos alegam que contrataram os cúmplices para destruir as provas, mas que não sabiam do fogo. Já Tiago e Danilo disseram que apenas renderam o vigia", disse o delegado regional de Patos de Minas, Márcio Siqueira. Ele contou que, no dia seguinte ao incêndio, uma vizinha do prédio procurou a polícia dizendo que encontrou em seu quintal uma camisa preta. Alguns funcionários da administração disseram ao delegado ter visto Antônio usando camisa idêntica poucos dias antes do incêndio.
(Foto: a Prefeitura)
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