Em Intellectual Collaboration, David N. Laband (Auburn University) e Robert D. Tollison (University of Mississippi) (Journal of Political Economy, 2000, vol. 108, no. 3) fazem um levantamento histórico da publicação de pesquisas econômicas e biológicas. Laband e Tollison percebem que cada vez mais os artigos publicados na área contam com a participação de mais autores. Ou seja, a colaboração intelectual seria uma marca do nosso tempo.
O gráfico a seguir foi retirado do trabalho destes autores e mostra a percentagem de artigos com co-autoria (mais de um autor) ao longo do tempo nas duas áreas. A série histórica é longa (a partir de 1950) e claramente aponta que artigos individuais são exceção nos últimos anos (a linha de cima é biologia; de baixo, economia).
A figura seguinte também é interessante pois mostra o número de co-autores por artigo. Novamente a tendência crescente é clara, sendo comum artigos com 2 autores, por exemplo.
A próxima figura mostra o número de colaboradores informais. Estes colaboradores são aqueles que apresentaram algum tipo de contribuição para o artigo. Novamente, existe uma tendência crescente neste gráfico.
Estas figuras mostram claramente que é cada vez mais difícil fazer pesquisa individual. Hoje a pesquisa é realizada por um grupo de cientistas. E isto também ocorre na área de ciências contábeis.
Qual a razão disto? Uma possível explicação é a especialização na área de conhecimento. Os artigos em co-autoria é uma necessidade diante da complexidade cada vez maior das áreas.
Tenho uma outra possível explicação, mais cínica. O aumento da co-autoria é uma forma que os pesquisadores encontraram para responder a pressão para publicação. Existiria uma troca entre autores para colocar o nome do artigo do outro, aumentando a chance de publicação.
Aqui outro ponto de vista sobre o assunto
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