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29 janeiro 2008

Analisando a Prostituição

O livro Freakonomics representa um marco para muitos leitores. De repente é possível aplicar os conhecimentos econômicos em situações triviais, como o comércio de drogas ou o aborto. Abre-se um leque para tentar entender o cotidiano sob uma nova perspectiva.

Num dos capítulos do livro é narrado o caso de um estudante que conhece o comércio de drogas numa grande cidade e começa a entender a razão pela qual alguns jovens são atraídos para este tipo de comércio.

Agora um dos autores do livro, Steven Levitt, em conjunto com este ex-estudante, Sudhir Venkatesh, publicaram um artigo preliminar sobre a prostituição numa grande cidade (Chicago). Em "An Empirical Analysis of Street-Level Prostitution", os autores fazem um estudo da prostituição e diversos aspectos econômicos, incluindo a receita, os riscos da profissão e o custo de oportunidade.

Uma primeira constatação dos autores é que a prostituição é uma atividade econômica com um alto grau de concentração geográfica. Para isto, usaram notícias de prisões, comparando a prostituição com roubos, drogras e outros tipos de crimes.

Como atividade econômica, uma prostituta de rua gera uma média de 27 dólares por hora, o que significa 20 mil dólares por ano. Neste período de um ano, espera-se que a profissional tenha cerca de 12 incidentes de violência e 300 atividades de sexo sem proteção. O estudo concluiu que o preço cobrado varia conforme as características do cliente (incluindo raça) e exigências do cliente quanto ao ato sexual.

Já as prostitutas que trabalham com intermediário possuem uma receita maior e são menos prováveis de serem presas. Além disto, a existência de intermediário parece contribuir com um aumento de receita em razão do preço superior. Para as prostitutas que trabalham sem o intermediário é mais provável prestar serviços ao policial do que ser presa.

O trabalho apresenta ainda algumas lacunas, indicando ser uma versão preliminar. Mas é muito instigante.

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