Além disto a metodologia confunde o conceito de marca com outros ativos. Aqui, uma crítica. A seguir, uma reportagem sobre o assunto
Bancos lideram a lista das marcas mais valiosas do Brasil
Marianna Aragão
O Estado de São Paulo - 6/12/2007
VALOR DA IMAGEM - Roger Agnelli, presidente da Vale, lançou na semana passada a nova marca da empresa
Marca do Itaú foi avaliada em R$ 8,07 bilhões pela Interbrand Os bancos dominam o ranking das dez marcas mais valiosas do País, divulgado ontem pela consultoria internacional Interbrand. Na quarta edição da pesquisa, realizada desde 2001, quatro das dez marcas nacionais de maior valor são empresas do setor financeiro. O Itaú, cujo valor de marca é de R$ 8,076 bilhões, lidera o ranking. Em seguida, vem o Bradesco, avaliado em R$ 7,922 bilhões e o Banco do Brasil, em R$ 7,772 bilhões. O Unibanco ganhou quatro posições e também aparece na lista, agora em quinto lugar.
"As marcas dos bancos têm força porque precisam transmitir confiança aos clientes, que vão depositar ali seu dinheiro. Além disso, todos os anos as instituições financeiras batem recordes de lucros no País", diz o diretor de avaliação de marcas da Interbrand, Alexandre Zogbi. Segundo ele, as três primeiras colocadas já apareciam na mesma ordem na última seleção, em 2005. Porém, este ano, o valor de suas marcas aumentou. "Isso mostra que souberam aproveitar bem a situação macroeconômica atual. Todas as empresas do ranking, inclusive, tiveram aumento do valor de marca maior que o PIB do País." Além dos resultados financeiros, o valor da marca de uma empresa é medido por seu grau de internacionalização, investimentos em sustentabilidade e interação com o consumidor final. Outro destaque da pesquisa foi a entrada de companhias do setor siderúrgico e de mineração. Vale, Gerdau e Usiminas apareceram pela primeira vez no ranking. A mineradora, que tem valor de mercado de aproximadamente US$ 160 bilhões, estreou na seleção na sétima posição. Sua marca foi avaliada em R$ 2,871 bilhões pela Interbrand. Gerdau e Usiminas ocupam a nona e a décima posições na lista, respectivamente.
A Petrobrás também subiu duas posições em relação ao ranking de 2005, passando para o quarto lugar, com R$ 5,738 bilhões. Além dos resultados operacionais crescentes, a presença da marca em novos mercados colaborou para a evolução. A única empresa do setor de bens de consumo incluída na lista de 2007 foi a Natura, que desceu duas posições, ficando com valor de marca de R$ 4,338 bilhões.
Segundo o diretor da Interbrand, a predominância dos setores bancário e siderúrgico, que têm juntos seis das dez marcas mais valiosas do País, pode mudar a médio prazo. A previsão é de que, devido ao ritmo atual de IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), empresas de outros setores, como tecnologia, construção civil e serviços possam fazer parte do ranking. "Deve haver mudanças interessantes nos próximos anos.". Zogbi destaca ainda que, neste ano, a proporção entre o valor da marca e o do negócio como um todo das empresas do ranking está mais próxima dos índices internacionais. "As marcas brasileiras estão mais bem alinhadas com as melhores práticas globais", diz ele.
METODOLOGIA
Na pesquisa, foram avaliadas 40 empresas listadas na Bolsa de Valores ou que publiquem informações financeiras regularmente ao mercado. Todas precisam ter, no mínimo, 60% de capital nacional. Por causa dessa limitação, algumas marcas que figuravam no ranking em anos anteriores, como as da cervejaria InBev, ficaram de fora da lista deste ano.
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