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18 outubro 2007

Cisco



Enquanto os empresários da Cisco são presos, o cliente tem um aumento na sua cotação. Existiria uma relação?

O primeiro gráfico é a cotação da Cisco nos últimos cinco dias. O mercado não reagiu de forma negativa diante do destaque que a notícia teve no Financial Times e outros jornais estrangeiros. Qual a razão?

O jornal Valor Econômico arrisca uma resposta (SOX mantém brechas sobre negócios menores, 18/10/2007)

(...) Enquanto os principais executivos da empresa estão presos em São Paulo, por suspeita de fraudes com importação que levaram à sonegação de R$ 1,5 bilhão, a matriz da multinacional de tecnologia informa apenas que está colaborando com as investigações e que o Brasil responde por 1% de suas vendas globais. Esse percentual talvez ajude a entender a reação inicial da matriz.

Guillermo Braunbeck, (...) explica que a extensão do rigor exigido pela Lei Sarbanes-Oxley (SOX) sobre os controles internos das companhias, a partir de 2004, é proporcional à relevância da unidade na composição do faturamento da matriz, no caso de grupos com diversas subsidiárias internacionais. Segundo ele, com uma participação tão pequena é provável que a sofisticação dos controles aqui não seja a mesma adotada nos EUA. (...) A proporção do escândalo localmente, porém, sinaliza que a repercussão do caso pode não ficar restrita às operações da empresa abaixo da linha do Equador. "A matriz já se manifestou sobre o assunto. Acredito que é só uma questão de tempo para repercutir lá fora", diz o sócio responsável da área de governança corporativa da KPMG, Sidney Ito.

O olhar internacional sobre esse caso pode mudar substancialmente se a Securities and Exchange Commission (SEC), o regulador do mercado de ações nos EUA, começar a investigar o que aconteceu. Como empresa de capital aberto nos Estados Unidos, além das regras da SEC, a Cisco está sujeita à lei Foreign Corrupt Practice Act (FCPA), que estabelece normas para eliminar práticas de corrupção.Quando o tema cruza a fronteira, tudo muda de proporção. Não por acaso. (...) De grande porte, a empresa possui ferramentas próprias para tentar coibir ações de má-fé. Entre elas, o Código de Conduta de Negócios. Nesse documento, reforça que todos os funcionários, que atuam nos Estados Unidos e fora, estão sujeitos às regras da FCPA. (...)

Na auditoria, o rigor sobre seus controles internos foi classificado pela PricewaterhouseCoopers como "eficaz", em todos os países do mundo, nos aspectos relevantes. "Isso significa que a companhia não teve problema durante o período de avaliação", comenta o sócio da KPMG. Tanto SOX como FCPA prevêem penas duras para fraude e corrupção. (...)


O segundo gráfico é da Vivo, um dos clientes da empresa. O mercado ignorou possíveis extensões do problema para os clientes?

Um comentário:

  1. Esta matéria é bem interessante, principalmente pelo fato de ilustrar mais uma face que a análise gráfica não é capaz de exprimir.

    Quanto às ações da vivo, devemos lembrar que a cisco realmente é uma das maiores empresas do mercado, mas não é a única. Seus equipamentos utilizam protocolos de comunicação que são totalmente interoperáveis com equipamentos de outros fabricantes. Isto posto, podemos inferir que o custo de troca da Vivo é relativamente pequeno, apesar de existente.

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