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04 setembro 2007

Gerenciamento de custos é importante na ginástica

Uma rápida entrevista com o fundador da Curves e sua visão de custos e margem.

Gary Heavin, fundador da Curves, aposta na venda de auto-estima
Gazeta Mercantil

São Paulo, 4 de Setembro de 2007 - Depois de atingir um faturamento de US$ 1 milhão com uma academia tradicional e falir por conta dos altos custos, o empresário norte-americano Gary Heavin criou um modelo de academias de baixo custo focado no público feminino que queria melhorar a forma física mas não tinha tempo ou vontade de frequentar academias badaladas. Há 15 anos, fundou a Curves em formato de franquia, com um programa de 30 minutos de exercícios. Nos Estados Unidos, são 7,5 mil unidades - há uma Curves para cada par de McDonald's. A marca está no Brasil desde 2003, com expansão tão acelerada que estimulou Heavin à sua primeira visita ao País, aos 52 anos de idade.

Gazeta Mercantil - Quando a Curves atingiu o primeiro bilhão de dólares?

Gary Heavin - Em 2003. Somos uma empresa de serviços que propositadamente foi concebida como uma empresa de baixo custo, mas com alta margem de lucro. Foi a maneira que encontrei para crescer. Se um supermercado fatura US$ 1 milhão, gasta boa parte desse valor para pagar seus custos, seus produtos, que são muitos. O faturamento de cada clube pode ser pequeno se comparado a um supermercado, mas a margem de lucro é muito maior.

(...) Gazeta Mercantil - Esta é sua primeira visita ao Brasil. Como conseguir resultados positivos em mercados que sequer conhece?

Heavin - É curioso, mas nosso negócio cresce mais justamente em países com um alto grau de burocracia, como é o caso do Brasil e da África do Sul, onde estive na semana passada. O que vejo é que os brasileiros trabalham duro, mas também conseguem se dedicar à família. Isso não acontece no Japão. Se o Brasil tivesse o dinheiro dos Estados Unidos e os Estados Unidos tivessem a alegria do Brasil, isso seria perfeito.

Gazeta Mercantil - Quando e como você decidiu criar uma academia apenas para mulheres?

Heavin - Eu gosto de mulheres. Aos 20 anos, eu tinha clubes com estruturas tradicionais mas também eram apenas para mulheres. Minha mãe morreu muito cedo, tinha pressão alta, depressão, e nós não tínhamos dinheiro para tratamentos. Quando cheguei aos 40 anos e dava aula para 100 mulheres, comecei a ver em cada uma delas o rosto de minha mãe. Foi ali que decidi construir algo para melhorar a vida das mulheres, como se uma tragédia se transformasse em triunfo.

Gazeta Mercantil - Você tem planos para criar uma marca exclusiva para homens?

Heavin - Não! Acredito que homens e mulheres são muito diferentes. Como diz o livro, homens são de Marte, mulheres são de Vênus. E minha experiência é de Vênus.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 8)(Maria Luíza Filgueiras)

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