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30 julho 2007

Convergência no mercado acionário

Valor de ações em bolsas emergentes converge para o patamar de mercados desenvolvidos
Joanna Slater - The Wall Street Journal - 30/07/2007

Como viajantes que usam rotas diferentes para chegar ao mesmo destino, o valor das ações em partes diferentes do mundo estão convergindo para um único patamar.

Isso pode resultar numa viagem turbulenta. As quedas nas bolsas americanas da semana passada foram sentidas pelo globo afora, obrigando investidores a reconsiderar o quanto de risco estão preparados para suportar, e a que preço.

Nos últimos anos, os investidores se deram bem investindo em regiões e setores que estavam comparativamente baratos — como ações de mercados emergentes e de empresas de baixo valor de mercado — e vendo as cotações subir.

Com os valores se aproximando do mesmo patamar, essa fonte de retorno está desaparecendo. "Vai ficar mais difícil haver uma grande diferença em retorno de uma região para outra", diz Steven Bleiberg, diretor de alocação global de recursos da Legg Mason Inc.

Em abril de 2006, as ações de mercados emergentes tinham um desconto significativo em relação a suas equivalentes nos mercados desenvolvidos. Mas no fim do mês passado, período dos dados mais recentes disponíveis, esse desconto praticamente desapareceu: três índices da Morgan Stanley Capital International — que representam mercados emergentes, mercados desenvolvidos afora os Estados Unidos e Canadá, e o próprio mercado americano — estavam sendo negociados entre 16 e 18 vezes o lucro das empresas que os compõem durante os 12 meses anteriores.

A alta global das bolsas nos últimos anos "praticamente nivelou o terreno", escreveu num relatório Ronald Frashure, um dos diretores de investimentos da Acadian Asset Management, que administra US$ 80 bilhões. "Oportunidades de ouro escapam de nossa visão."

(...) A turbulência recente das bolsas expõe um dos recursos mais notáveis de um mercado de alta: os investidores compraram com voracidade ações de empresas de baixo valor de mercado, tradicionalmente consideradas mais arriscadas, elevando seu valor para perto do das blue chips. Investidores também abocanharam ações de mercados emergentes num ritmo tal que suas valorações estão quase em linha com as das ações de mercados desenvolvidos.

Outra maneira comum de medir o valor das ações — a relação com o valor patrimonial, informado no balanço da empresa — também conta essa história. No fim de junho, a relação entre cotação de bolsa e valor patrimonial das ações do índice de mercados emergentes da MSCI era 2,7, acompanhando o índice mundial da MSCI.

Para alguns observadores do mercado, essas valorações tão altas acendem um sinal vermelho, indicando que os mercados emergentes como um todo estão caros demais. As ações de mercados emergentes são geralmente negociadas com desconto porque envolvem mais riscos do que suas equivalentes desenvolvidas: as cotações são mais voláteis, os riscos políticos são maiores e as taxas de juros são geralmente mais altas, o que torna mais caro para as empresas tomar dinheiro emprestado.

Enquanto esses riscos durarem, dizem alguns, não faz sentido que o valor de ações de países em desenvolvimento acompanhe ou supere o das de mercados desenvolvidos.(...)

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