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31 julho 2007

Auditoria

Segundo a Folha de S. Paulo, uma técnica que ajudou a construir a pista de Congonhas foi contratada para auditá-la. Este é um conflito inaceitável na área de auditoria:

Técnica que ajudou a fazer pista vai avaliá-la

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO

O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) designou para participar da auditoria nas pistas de Congonhas a chefe do laboratório da USP que já havia participado do processo de sua construção. O laboratório foi responsável por testes que indicaram o melhor material a ser empregado nas pistas durante a reforma feita neste ano.

Ou seja, o IPT -que é ligado ao governo de São Paulo- contratou para ajudar a avaliar as condições da pista uma profissional que havia atuado na elaboração de ensaios que orientaram qual seria o melhor material a ser usado na obra.

(...) O IPT descarta haver conflito de interesse ao utilizar serviços da professora da USP na auditoria. O instituto afirmou que "não aceita trabalhos que possam gerar conflitos de interesses. Nesses casos, ou o IPT declina dos serviços ou não utiliza consultoria em seus trabalhos".(...)


Em outra reportagem, o governo afirma que o BNDES irá auditar os estudos sobre a implantação do trem-bala. Mas provavelmente o BNDES deverá participar do seu financiamento (muito embora uma das propostas afirma que não é necessário dinheiro público).

BNDES vai "auditar" estudos para trem-bala
Folha de São Paulo - 31/07/2007
HUMBERTO MEDINA

O governo determinou ao BNDES que faça uma espécie de "auditoria" nos estudos para implantação de um trem-bala ligando o Rio a São Paulo. O banco estatal deverá contratar uma consultoria para analisar os números do projeto e verificar se a obra é viável ou não do ponto de vista econômico.

O governo já decidiu que, se o projeto sair, a obra e a operação do trem serão entregues à iniciativa privada por meio de uma concessão.

(...) Técnicos do governo, no entanto, começaram a desconfiar dos números do projeto, principalmente os relativos à demanda pelo serviço.

Os estudos foram encaminhados ao TCU (Tribunal de Contas da União) que, em abril deste ano, concluiu a sua avaliação.

Os técnicos do tribunal estranharam a discrepância entre os estudos. Enquanto pelo da Italplan não havia necessidade de investimento público, o do consórcio Siemens/Odebrecht/Interglobal informava que o empreendimento só seria viável com investimento de US$ 5 bilhões (R$ 9,5 bilhões) do governo, a fundo perdido.
(...)

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