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11 junho 2007

Dividendos

Regras de governança favorecem dividendos
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 11/06/2007

As práticas de governança corporativa adotadas por diversas empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) aumentaram a importância dada ao pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio. Entre as empresas listadas na Bolsa, os principais setores são o siderúrgico e o bancário.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) propôs pagar este ano o equivalente a R$ 1,433 bilhão em dividendos e juros sobre o capital próprio, dos quais R$ 748 milhões em dividendos antecipados, e outros R$ 685,261 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio. O ganho por ação será de R$ 2,905831 no caso das antecipações, de R$ 0,677619 nos juros sobre capital próprio e de R$ 1,984488 nos dividendos.

A Gerdau já destinou aos acionistas R$ 457,15 milhões até maio deste ano, enquanto a Usiminas determinou pagamento de R$ 300 milhões aos investidores, o equivalente a R$ 1,30354 por ação ordinária e R$ 1,43390 por papel preferencial. A siderúrgica mineira pagará ainda R$ 200 milhões complementares: R$ 0,86901 por ação aos aos ordinaristas e R$ 0,9552 por papel aos preferencialistas.

A Companhia Vale do Rio Doce, que define em janeiro o quanto pagará ao longo do ano, vai destinar pelo menos US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 3,2 bilhões) aos acionistas, o equivalente a US$ 0,68289232 por papel. A primeira das duas parcelas iguais foi paga em 30 de abril, com o desembolso de R$ 1,669.057.500,00, correspondente a R$ 0,690779191 por ação ordinária ou preferencial. Desse total, R$ 621.650.000,00 (R$ 0,257284656 por ação ordinária ou preferencial) foram sob a forma de juros sobre capital próprio e R$ 1.047.407.500,00 (R$ 0,433494536 por papel) sob a forma de dividendos.

Entre os bancos, o Bradesco vai desembolsar este ano R$ 2,16 bilhões, equivalente a 44,98% do lucro líquido do exercício de 2006, em parcelas mensais, prática adotada pelo banco desde 1970. O Itaú destinou, no ano passado, R$ 2,212 bilhões aos acionistas sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio, o equivalente a R$ 1,89 por ação.

O controle governamental não traz prejuízo direto aos investidores das companhias abertas, no que toca ao critério de distribuição de dividendos. No primeiro trimestre de 2007, o Banco do Brasil, que só tem ações ordinárias e faz parte do Novo Mercado, nível mais alto de governança corporativa da Bovespa, destinou R$ 1,064755 por ação, com base no resultado financeiro do ano passado.

A Petrobras, uma das cinco empresas latino-americanas com valor de mercado superior a R$ 100 bilhões, destinou parcela mais modesta do seu resultado. A empresa de energia ofereceu R$ 0,3661 por ação ordinária ou preferencial, sob a forma de dividendos e juros sobre capital próprio. A razão mais provável para a relativa timidez dessa política de distribuição de resultados é a forte concentração de investimentos da empresa nos próximos cinco anos, em áreas intensivas em capital, como exploração e refino.

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